Collin Morris
Desde que voltamos à França, os dias passaram como se estivessem divididos entre a esperança de um recomeço e as sombras persistentes do passado. Manuela e eu havíamos deixado para trás o caos e a dor de Moçambique, carregando conosco as cicatrizes das feridas abertas e a promessa de um novo começo. Contudo, mesmo em meio às tentativas de reconstruir nossa vida, a presença insidiosa de Lois continuava a assombrar nossos dias.
Eu me lembro claramente do dia em que decidi que bastava. Estávamos há poucas semanas de reestabelecermos a rotina em nosso novo lar, tentando, com todas as forças, reconstruir a confiança e o afeto que outrora nos unira. Os nossos bebês, Helena e Caio, agora dormiam tranquilamente em seus berços no quarto que cuidadosamente preparamos para eles. Manuela, com seu olhar sereno e levemente triste, ajeitava alguns brinquedos sobre uma pequena mesa, enquanto eu revisava relatórios da empresa em meu escritório. Mas, por mais que tentássemos seguir em fr