Capítulo 29

Verônica

Minha voz saiu firme, mas minhas pernas vacilaram em cima do salto quando Cadu guardou o cigarro eletrônico no bolso e se aproximou de mim. Seus olhos sérios me fitaram com intensidade, e de forma provocante, ele umedeceu os lábios, antes de diminuir a distância entre nós, enquanto dizia:

— Estou ouvindo, pode falar.

Sua voz rouca e decidida, aliada à proximidade repentina, fez com que as palavras que eu planejava dizer se dissipassem da minha mente. Respirei fundo, tentando conter a ansiedade que me dominava, e decidi que era hora de ser honesta. Não havia mais como escapar daquela conversa.

— Cadu, o que você quer de mim? O que pretende com tudo isso? Acha que pode brincar comigo? Que vai conseguir me iludir?

Ele segurou minhas mãos suavemente e, com sinceridade em seu olhar, respondeu:

— Não estou brincando, Verônica. Desde o momento que nos esbarramos pela primeira vez, algo mudou dentro de mim. E eu tentei. Juro que tentei de todas as maneiras possíveis, mas não posso m
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