O amanhecer parecia mais denso do que nunca, com a luz fraca filtrando através das árvores, como se a própria natureza estivesse hesitante sobre o que o dia traria. O silêncio que envolvia o grupo era profundo, mas o peso das decisões pairava no ar como uma sombra constante, mais espessa a cada passo.
Amélia caminhava, os olhos fixos no horizonte, mas sua mente estava em outro lugar. A dúvida, que Gabriel havia plantado em seu coração, ainda a consumia. O que estava em jogo? O que ela teria que perder para restaurar o equilíbrio? A escolha, que parecia impossível de fazer, estava sobre ela, e a terra ao seu redor parecia refletir a dúvida em cada árvore, em cada folha que caía.
Dam
O ar na floresta estava pesado, como se cada folha, cada galho, estivesse retendo um segredo sombrio. Amélia e Damian haviam se afastado do grupo, o caminho diante deles se tornando cada vez mais tortuoso e confuso. A névoa que se formava ao redor deles não era como a que haviam encontrado antes. Era densa, pegajosa, como se estivesse tentando aprisioná-los dentro de seus próprios pensamentos.Amélia, com o coração acelerado, olhava ao redor, tentando discernir o que estava real e o que não estava. As árvores, agora, pareciam se curvar sobre elas, suas raízes se entrelaçando como se quisessem manter os dois em um abraço apertado. Damian, ao seu lado, estava igualmente em alerta, seus olhos vasculhando a escuridão que os cercava. Mas, em meio à tensão crescente, ele sentiu algo que o fez parar de repente.— Amélia... — Ele murm
O som das folhas secas sendo esmagadas sob seus pés era o único sinal de vida na floresta. O grupo caminhava em silêncio, mas o peso das últimas experiências pairava sobre eles como uma nuvem densa. Amélia e Damian, embora fisicamente ao lado dos outros, estavam distantes, imersos em seus próprios pensamentos. As palavras de Gabriel ainda ecoavam em suas mentes, e, embora tivessem resistido à tentação das sombras, a dúvida ainda os consumia por dentro. O que significava realmente aquele confronto? O que eles haviam aprendido até ali?A floresta, que antes parecia um refúgio natural, agora os observava com uma intensidade quase palpável, como se estivesse ciente da batalha interna que travavam. As árvores, que antes eram companheiras silenciosas em sua jornada, agora pareciam mais distantes, suas raízes se enterrando mais fundo na terra como se estivessem
O anoitecer se aproximava com uma lentidão insuportável, como se o próprio tempo estivesse hesitando diante do que estava por vir. O sol, que antes iluminava as sombras da floresta com sua luz dourada, agora se escondia atrás de nuvens pesadas, cobrindo o mundo com uma escuridão lenta, mas inexorável. O vento, que antes carregava o frescor da manhã, agora era mais denso, abafado, e parecia se arrastar com uma preguiça desconcertante, como se estivesse preso no mesmo suspense que os corações do grupo.Amélia, com a espada do ancião ainda em suas mãos, sentia o peso do metal como uma extensão de sua própria dúvida. A lâmina era fria e imponente, refletindo os últimos vestígios da luz que escapavam por entre as árvores, mas a cada passo que ela dava, sentia seu corpo mais exausto, seus pensamentos mais confusos. A luta, que ante
A batalha estava em pleno auge, uma dança frenética entre luz e sombra, onde cada movimento era uma questão de vida ou morte. A escuridão parecia estar se infiltrando em todos os aspectos do ambiente, tornando o ar mais denso, mais pesado, e os corpos dos guerreiros mais lentos. A luta contra Gabriel e suas sombras não era mais apenas uma luta física. Agora, ela havia se transformado em uma luta contra o próprio cansaço, contra as limitações que o corpo e a mente impõem.Amélia, ofegante, sentia o peso da espada em suas mãos, seu corpo exausto, suas forças diminuindo a cada golpe desferido. Ela olhava ao redor, vendo o esforço dos outros, mas algo estava diferente. Julia, normalmente uma fonte de força mágica, estava agora no centro da batalha, suas mãos tremendo, seus feitiços saindo com um cansaço visível. A cada fe
A batalha alcançou seu ponto culminante, e a escuridão parecia engolir tudo ao redor de Amélia. Cada golpe que ela desferia, cada movimento de sua loba branca, gerava uma explosão de luz, mas também uma grande resistência da escuridão que Gabriel controlava. O campo de batalha estava cheio de uma energia quase tangível, um choque de forças que fazia o ar vibrar. Gabriel, com seu sorriso cruel, parecia inquebrável. Ele lançava ondas de sombras contra Amélia, suas mãos se movendo como se ele fosse um mestre de um jogo perverso, cada golpe mais forte que o anterior.Mas, no momento em que a loba branca se lançou contra ele mais uma vez, algo mudou. Amélia sentiu uma onda de calor, uma sensação que não conseguia entender, e de repente, sua visão foi tomada por um brilho intenso. Ela estava lutando, mas, ao mesmo tempo, algo profundo den
A caminhada até a casa da matilha foi silenciosa, mas cheia de uma tensão palpável. A floresta ao redor estava mais viva do que nunca, como se tivesse se regenerado com a queda de Gabriel, mas, ao mesmo tempo, havia uma sensação estranha que pairava no ar. Os sons da natureza, que antes estavam abafados pela escuridão, agora pareciam mais nítidos, mais claros, mas algo dentro de Amélia estava em desacordo com esse novo mundo ao seu redor. Algo a incomodava, uma sensação de que algo ainda não estava resolvido.O grupo estava exausto. Embora a vitória tivesse sido conquistada e a matilha estivesse finalmente retornando ao seu refúgio, o cansaço físico e emocional ainda os consumia. A transformação de Amélia, a luta contra Gabriel e os poderes que ela despertou dentro de si haviam deixado marcas profundas, mas, ao mesmo tempo, um sentimento de renovação parecia ter se instalado em seu coração. A floresta estava mais leve, o ar mais puro, e, por um momento, parecia
A floresta, agora regenerada após a derrota de Gabriel, parecia respirar ao redor do grupo. O ar fresco, a clareza das árvores e o som dos pássaros reanimados eram um contraste com a escuridão que havia consumido a terra por tanto tempo. Porém, para Amélia e Damian, algo mais pesado pairava sobre eles — um fardo invisível, mas presente, que os impedia de desfrutar da paz recém-descoberta.O grupo caminhava em silêncio, mas não era um silêncio confortável. Cada um deles estava imerso em seus próprios pensamentos. Amélia sentia a força do vínculo com seus companheiros, mas também sentia uma lacuna, uma ausência da conexão mental que antes havia compartilhado com eles. Algo estava diferente, mas ela não conseguia identificar exatamente o que.Damian, ao seu lado, também estava quieto, seus passos pesados. O lut
A noite na casa da matilha estava silenciosa, com a única companhia do fogo crepitando suavemente na lareira. A escuridão lá fora parecia imensa, mas dentro, a luz suave das chamas lançava sombras que dançavam nas paredes de madeira, criando um clima íntimo e acolhedor. O cheiro de terra úmida e madeira queimada preenchia o ar, um contraste que se misturava ao calor da lareira e à intensidade que ainda pairava no ambiente.Amélia e Damian estavam novamente sozinhos, longe do resto do grupo. Eles haviam se afastado do fogo, sentando-se em um canto mais isolado da casa, onde as sombras pareciam envolvê-los em uma intimidade inexplicável. Não havia mais palavras entre eles, apenas o som suave das respirações e os olhares carregados de uma tensão quase palpável.Amélia sentia seu coração acelerar cada vez que os olhos de Damian s