A jornada prosseguia com o peso das revelações recentes ainda pairando sobre o grupo. O nome Zard ecoava na mente de Amélia como um enigma que ainda precisava ser desvendado. O ancião, como sempre, manteve sua expressão tranquila, sem dar mais explicações além do que já havia dito.O cansaço acumulado nos últimos dias começava a se fazer sentir em cada passo, mas algo estava diferente naquela manhã. O sol brilhava com mais intensidade entre as copas das árvores, o vento era mais suave, carregando consigo um aroma de terra úmida e folhas frescas. Depois de tanto tempo envoltos em incertezas e perigos, aquela sensação parecia quase reconfortante.Damian caminhava ao lado de Amélia, atento a cada detalhe ao redor. Seus sentidos sempre alertas captavam qualquer movimento suspeito, mas, naquele momento, tudo parecia… em paz.Foi então que, ao dobrar uma trilha sinuosa entre as rochas, um brilho inusitado chamou a atenção do grupo.— O que é a
A manhã surgiu serena sobre o lago dourado, com os primeiros raios de sol filtrando-se entre as folhas e lançando reflexos brilhantes sobre a água cristalina. O ar era fresco, carregado com o perfume úmido da vegetação, e, por um raro momento, tudo parecia em equilíbrio.Amélia abriu os olhos devagar, sentindo o calor do corpo de Damian ao seu lado. Desde a noite anterior, a conexão entre eles parecia ainda mais intensa, como se o tempo que passaram juntos à beira do lago tivesse selado algo invisível entre suas almas.Damian já estava acordado, observando-a com um olhar carregado de ternura e algo mais profundo, como se estivesse gravando cada detalhe dela em sua mente.— Bom dia — ele murmurou, deslizando os dedos pelo rosto dela.Amélia sorriu, sentindo um calor reconfortante se espalhar por seu peito.— Bom dia.Por um instante, permitiram-se apenas ficar ali, aproveitando a paz rara que aquele momento lhes oferecia. Mas
A floresta ao redor da ruína parecia mais silenciosa do que antes, como se segurasse o fôlego diante do que estava por vir. Amélia ainda sentia os resquícios do arrepio causado pela voz misteriosa, mas forçou-se a concentrar-se na jornada. A escolha será sua, loba branca. As palavras ecoavam em sua mente como um chamado que ela ainda não compreendia completamente.Zard permaneceu por um longo tempo observando as marcas antigas na pedra, os dedos trêmulos percorrendo os símbolos com uma expressão fechada. Damian ficou próximo de Amélia, os olhos atentos a qualquer sinal de perigo.— Precisamos seguir em frente — declarou o ancião finalmente, voltando-se para o grupo. — Este lugar guarda segredos que não devemos desvendar agora.Houve um murmúrio de assentimento entre os membros da matilha, e logo retomaram a caminhada, adentrando a densa vegetação. Amélia sentia o peso do olhar de Damian sobre ela, como se ele percebesse que algo estava diferente, mas optasse por
O silêncio que se seguiu ao desaparecimento de Selene foi quase sufocante. A floresta, antes repleta de murmúrios naturais, parecia ter parado no tempo. Amélia tentou captar algum vestígio da presença da mulher, mas era como se nunca tivesse estado ali.Zard virou-se lentamente, os olhos fixos no ponto onde Selene estivera momentos antes. O peso dos anos parecia mais evidente em sua expressão, como se um fardo há muito carregado tivesse se tornado ainda mais pesado.— O que diabos foi isso? — Damian foi o primeiro a quebrar o silêncio, sua voz carregada de frustração. Ele olhou para Zard, exigindo respostas.O ancião respirou fundo antes de responder.— Selene… — ele murmurou. — Um fantasma de um tempo que tentei esquecer.— Isso não nos diz nada! — Amélia retrucou, sentindo um misto de irritação e
A noite caiu serena sobre o acampamento, envolvendo tudo em um véu de sombras e mistério. A luz da lua se filtrava pelas árvores, desenhando padrões prateados no solo macio. O vento soprava levemente, carregando o aroma amadeirado da floresta e algo mais – algo que apenas Damian conseguia captar por inteiro. O cheiro de Amélia. Doce, quente, tentador.Os outros membros da matilha estavam recolhidos, descansando depois de um dia de tensão e descobertas. Mas Damian não conseguia pregar os olhos. Seu lobo estava inquieto. Seus instintos gritavam, exigindo algo que ele tentava controlar há tempo demais.Amélia também não dormia. Sentada à beira do riacho, ela observava o reflexo da lua na água, perdida em pensamentos. O encontro com Selene ainda pesava sobre sua mente, mas havia algo mais. Algo que queimava em seu peito, algo que fazia seu corpo estremecer sempre
A manhã trouxe consigo uma neblina fina que pairava sobre o acampamento, tornando a floresta ao redor ainda mais misteriosa. O frio da noite anterior ainda impregnava o ar, mas o nascer do sol começou a aquecer lentamente o solo úmido. A clareira onde haviam montado acampamento parecia tranquila, mas todos sabiam que aquela calmaria era enganosa. O perigo espreitava em cada sombra.Amélia despertou sentindo o calor do próprio corpo ainda relembrando os momentos intensos da noite anterior. Seu coração acelerou ao se lembrar do toque de Damian, dos beijos repletos de desejo contido e da forma como quase haviam se entregado um ao outro. No entanto, o som dos passos misteriosos os trouxe de volta à realidade. Agora, à luz do dia, ela não podia ignorar a sensação de que estavam sendo observados.Damian já estava de pé, de braços cruzados, observando os arredores com um o
O grupo iniciou a caminhada logo ao amanhecer. O frio da noite ainda pairava sobre a floresta, e uma névoa fina se arrastava pelo chão como se a terra respirasse. Cada passo ecoava entre as árvores altas e retorcidas, que pareciam sussurrar segredos antigos ao vento.Amélia sentia o peso da conversa com Zard na tarde anterior. Suas palavras ecoavam em sua mente, repletas de mistério e promessas não ditas. Ela apertou os punhos, focando-se no caminho adiante. Ainda havia muitas perguntas sem respostas, mas sabia que precisava seguir em frente. Damian caminhava ao seu lado, atento a qualquer movimento suspeito. O instinto de alfa o tornava inquieto, especialmente em território desconhecido.— Vamos manter o ritmo e não nos afastarmos — Zard alertou. — Estamos entrando em uma área pouco explorada, e o desconhecido sempre guarda perigos.A paisagem ao redor começou a mudar. A veg
A tensão ainda pairava sobre o grupo enquanto eles seguiam adiante. O brilho prateado de Amélia havia desaparecido, mas a sensação de que algo dentro dela havia despertado era inegável. Damian mantinha-se ao seu lado, seu olhar afiado como lâminas, vigiando qualquer sinal de perigo ao redor.— Precisamos encontrar um lugar seguro para descansar — Zard sugeriu, observando a exaustão estampada nos rostos de todos.Atravessaram um trecho de floresta densa até encontrarem uma pequena clareira banhada pela luz difusa da lua. O local possuía uma energia diferente, quase reconfortante. Árvores antigas formavam um círculo natural ao redor, e no centro, uma rocha lisa parecia ter sido esculpida pelo tempo. Pequenos pontos luminosos flutuavam pelo ar como vaga-lumes encantados, tornando a atmosfera ainda mais mística.— Esse lugar… — murmurou Amélia, sentindo