CAPÍTULO 36

Eu não queria que nenhum dos meus amigos me acompanhasse ao cemitério, isso era algo que eu tinha que fazer sozinha. Olavo e dois de seus homens me acompanharam e, assim que tiveram certeza de que eu estava seguro dentro da cripta, eles se retiraram discretamente. Olhei para a urna do meu pai com a mesma indiferença que ele demonstrou por tanto tempo.

Pode me chamar de má pessoa se quiser, mas eu não consegui perdoar o que fez comigo. Estar morto não o tornou uma pessoa melhor nem apagou o passado. Se aprendi alguma coisa nos últimos meses, aprendi sozinha e sei que posso seguir em frente com minha vida perfeitamente bem, sem precisar perdoar aqueles que me machucaram. Além disso, não era correto perdoar sem fazer de coração.

— Oi, sussurrei, acariciando a urna da mamãe com as pontas dos dedos. Desculpe-me por não ter vindo antes, mas tenho certeza de que você sabe o que passei quando você foi embora. Não importa o tempo que passe, ainda sentirei sua falta todos os dias da minha v
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