Gabriel
Conforme as palavras deixam a boca de Luma, começo a me lembrar de minha própria história. A princípio como duas histórias de amor onde nós saímos feridos, mas depois começo a sentir que estas histórias estão interligadas.
Um casal apaixonado contra o consentimento da família que decidem fugir; uma gravidez não planejada; uma traição; um bilhete... coincidências demais para uma única história.
— Luma! — concluí, sussurrando o seu nome.
Uma dor invade meu peito, um aperto cruel.
— Gabriel, eu...
Ergui a mão interrompendo-a.
— Por que não me contou? Por que não disse de uma vez que era ela?
Sinto as lágrimas queimarem os meus olhos, mas elas não rolam. No lugar disso, a raiva começa a substituir a dor fazendo as lágrimas secarem e o desejo de escorraça-la do meu apartamento é crescente. Fui enganado mais uma vez.
Ela deve ter rido da minha cara de idiota toda vez que eu a chamava de “Lu”, achando que era outra pessoa. Mas eu mereço. Mereço porque a mulher está diferente, mas não