O aroma frutado do vinho branco pairava na varanda, misturando-se ao perfume doce das glicínias. A primeira garrafa já estava quase vazia, e o tom de voz de Hayley e Sara havia se tornado mais baixo e íntimo, pontuado por risos ocasionais e suspiros carregados de emoção.
— Sabe, Hayley — começou Sara, a voz um pouco pastosa, enquanto girava preguiçosamente a taça entre os dedos —, às vezes eu sinto que estou enlouquecendo. Cada toque no celular dele, cada vez que ele se atrasa… minha cabeça cria cenários horríveis.
— Eu imagino, Sara. Não deve ser fácil essa incerteza — respondeu Hayley, a mão pousada sobre a da amiga em um gesto de apoio. O calor do sol da tarde e o vinho suave criavam uma atmosfera de lânguida cumplicidade.
— E a pior parte — continuou Sara, os olhos marejados — é que eu o amo tanto. Mesmo com toda essa dúvida, o amor ainda está aqui, latejando… É confuso, sabe?
Hayley apertou sua mão. — Eu sei que sim. Relacionamentos são complicados… A gente deposita tanta coisa n