Na quietude do seu quarto, enquanto Marcos dormia profundamente ao seu lado, Hayley permanecia de olhos abertos, o teto escuro como uma tela onde seus pensamentos conflitantes se projetavam incessantemente. O sono se recusava a vir, sua mente agitada pela conversa com Sara no Café das Flores. As palavras da amiga ecoavam em sua cabeça, a dor em seus olhos, a firme convicção de que David a estava traindo.
Uma ponta de irritação começou a surgir em meio à preocupação por Sara. Como ela podia sequer suspeitar de algo assim vindo de David? A imagem dele, a compostura fria e distante que sempre exibia, parecia tão incongruente com a ideia de um caso extraconjugal. Hayley sentia uma estranha necessidade de defender David, uma reação que a pegou de surpresa e a deixou ainda mais confusa.
E então, ela se lembrou. Sara a havia chamado de "Hay". Aquela pequena abreviação, tão casual e íntima, nunca havia sido usada antes. Sara sempre a chamara de Hayley, com a formalidade carinhosa de uma amiza