Os dias seguintes foram se moldando em pequenas rotinas. Na manhã seguinte, logo cedo, Victor a chamou com delicadeza a acariciando no braço:
— Bom dia Ray.
— Vem, vamos tomar um pouco de sol na varanda. Faz bem pra você.
— Arrumei o café lá.
Ela deu bom dia e foi ao banheiro, perguntou se podia colocar uma blusa dele, ele foi ajudá-la e a beijou no rosto, afetuoso. Ela estava notando os sinais e ignorando discretamente. Extremamente calada e séria, comparada a antes.
A varanda era pequena, cabia apenas duas cadeiras e a mesinha, mas o espaço se transformava em um lugar que a fazia se sentir pequena, perdida no silêncio. Ali, os dois tomaram café juntos, sentindo o calor suave da manhã. Rayra parecia mais calma, ainda que sempre com o olhar distante.
Victor estava falando sobre a irmã dele, que era difícil de lidar, exigente.
Rayra tomou coragem e pediu:
— Você pode me ajudar com meu currículo? Eu... preciso pensar no futuro.
— Quero colocar só o necessário, nas referências sei lá.