Ela se acalmou, com o riso desaparecendo aos poucos, mas o constrangimento permanecia. Em silêncio, voltou a comer. Victor, notando a mudança, decidiu mudar de assunto.
— Não vou mais encher sua cabeça com isso. Mas, se você quiser, posso te levar a uma festa. Só para você observar, se quiser ver como é.
Ela o olhou, exultante.
— Você deve conhecer muitas pessoas desse meio para fazer isso de… dar mama para você. Por que eu?
Ele respondeu naturalmente, como se a pergunta fosse a coisa mais óbvia do mundo.
— Você é diferente delas. Eu nunca te peguei. E, além disso, seremos vizinhos de porta. É unir o útil ao agradável. Imagina só você acordar bem cedo, dar uma rapidinha, go.zar e começar o dia contente.
Ele a olhou nos olhos.
— Só que eu não quero nada além de um acordo. Acho que você está calejada como eu e vai saber separar as coisas.
Ela terminou de comer, com a mente a mil, e levantou-se para lavar a louça.
— Eu não como a carne onde ganho o pão. — ela disse, de costas para ele.