Rayra estava esgotada. A imagem do sacrifício de Victor, em vez de trazer alívio ou gratidão imediata, apenas a afundava em um poço ainda mais profundo de desespero. Seus sentimentos haviam se tornado irrelevantes diante da catástrofe.
Ela continuou mantendo a distância. Os monitores no quarto marcavam uma recuperação física constante, mas por dentro, Rayra era um vácuo.
Ela estava sem celular, sem dinheiro e sem saber por onde começar. A ideia de recomeçar, de ser resiliente e forte, como a esperava, não fazia sentido.
O passado (o trauma com o ex), o presente (o tiroteio) e o futuro (seus sonhos e metas) haviam se fundido em um imenso vazio gelado. Existir doía. Ela não via propósito em lutar, em se levantar daquela cama.
Victor estava em uma agonia diferente. Embora tivesse recebido alta e seus ferimentos fossem leves em comparação, ele estava desesperado para falar com ela. Ele acreditava que seu ato havia sido a prova de seu amor, mas o medo de que Rayra o odiasse era um torment