Anestesiada. Era assim que Penélope sentia-se conforme a cumprimentavam pela futura boda. Queria gritar, negar, mandar Roberto ao inferno. Porém, seguindo os ensinamentos dados pelo próprio, manteve-se ereta e com um sorriso plastificado, aceitando passivamente as felicitações.
Se rebelar custaria sua credibilidade diante dos habitantes influentes de Cezário e dos clientes da fábrica. Mostrar descontrole justo quando estava prestes a perder o emprego, e teria de encontrar outro, possivelmente, na empresa de alguém presente naquele salão, não era uma alternativa.
Agradeceu mentalmente os anos com Roberto indicando que tinha de manter-se controlada, profissional e indiferente ao caos que a cercasse. Aquela era mais uma provação a ser vencida.
O causador do caos em sua vida, depois de lançar a bomba, acomodou-se na cadeira de rodas e seguiu por meia hora na festa antes de se retirar como se a festa não fosse em sua homenagem. Samuel e Bruno ficaram o tempo todo ao lado dele, removendo