Capítulo 18

Por que a consciência de um desastroso curso imutável não torna seu vislumbrar menos doloroso? O músculo da face que se contrai ao observar a queda de um objeto quando, mesmo reconhecendo sua impotência, o braço se estica involuntário na risível tentativa de evitá-lo. Por que tentar evitar o inevitável?  Por que perseguir o inalcançável apenas para sentir a resultante dor da sensação de impotência? Pois o que é a morte se não a mera existência da vida? Uma folha seca a pender de uma árvore cuja queda é prevista. Eis o motivo do sofrimento sem sentido e a resposta para a lágrima que insiste em cair: o gosto amargo do veneno que o faz agonizar na proporção de seus grandes goles, se chama “esperança”.

A madrugada já se fazia extensa em sua meia vida, embalando o sono da cidade em sua grande mai

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