Cassie encarava o reflexo no espelho do quarto, o coração pulsando como se tentasse romper o peito. Não era a primeira vez que ela se via diante de uma decisão grande, mas nunca antes algo havia carregado tanto peso, tanto desejo, tanta inevitabilidade.
Podia sentir a respiração irregular, o calor nas bochechas, a tensão nos dedos que alisavam a barra da camisa larga que roubara de Hendrick. O tecido ainda trazia o cheiro dele, misto de floresta, fumaça de lenha e um traço de almíscar que parecia grudado em sua pele. Um cheiro que a desarmava e a incendiava ao mesmo tempo.
Ela fechou os olhos, respirando fundo, e deixou que a mente vagasse. Quantas vezes sonhara com aquilo? Quantas vezes se perguntara como seria atravessar a linha entre o “nós podemos” e o “nós já somos”? Nunca tivera coragem… até agora.
Não era sobre inocência, nem sobre descobrir o corpo pela primeira vez — não, essa etapa ela já havia atravessado em outro tempo, em outra vida. Mas havia algo de feroz em se entregar