O Peso Silencioso: A Corrida de André
O asfalto úmido do Parque Ibirapuera refletia as luzes pálidas da manhã fria. Não era a brisa quente do Sul da Itália, tampouco a névoa seca da manhã paulistana que André Nascimento lembrava. A cidade de São Paulo parecia ter trocado de pele, e ele sentia-se um espectador tardio, um fantasma que voltava para uma vida que não lhe pertencia mais.
O ponteiro do relógio digital em seu pulso marcava 5h30. O corpo, treinado para a guerra e disciplinado pelo serviço constante, exigia o movimento. André corria. Não para manter a forma, mas para expelir o veneno, para tentar transformar a dor aguda que lhe rasgava o peito em algo físico, algo que o suor pudesse levar embora.
Não adiantava. O peso era interno, inegociável.
Ele estava de volta há meses, e o mundo que ele havia deixado intacto, seguro por anos de escolhas racionais e preparo constante, estava em escombros. E os escombros tinham nome: Clara.
A Conclusão Silenciosa
A missão de proteção de havi