O Fantasma de Eva
Dante Moretti
Eu saí da piscina, o corpo enxugando rapidamente no ar frio da noite, mas o gelo que André acabara de despejar sobre mim vinha de dentro. Eu vesti um roupão, o tecido macio parecendo estranhamente pesado, e subi para o meu quarto.
A visão de Stella fugindo, com os lábios ainda vermelhos e a confusão brilhando em seus olhos, deveria ter me acalmado. Mas a notícia de Eva havia drenado toda a satisfação. Eu tomei um uísque puro e me forcei a ligar para André novamente, traçando a estratégia de defesa, mas minha mente estava longe.
Quando finalmente me deitei, a escuridão do quarto não trouxe descanso.
Em vez disso, veio o pesadelo, a lembrança vívida e cruel que eu tentava manter trancada em uma câmara escura da minha mente.
Eu estava de volta ao quarto de hospital, o cheiro de antisséptico e desespero. Eu tinha vinte e poucos anos, estava voltando do Haiti, quebrado por dentro, mas não fisicamente. Eu tinha apostado tudo o que eu tinha, meu coração,