O Desmoronamento Final: Fúria e Acusações no Apartamento Carvalho
Gabriel Carvalho
O ar do carro cheirava a desespero, suor e champanhe azedo. Eu mal conseguia respirar. A humilhação que Dante Moretti me impôs no palco daquela festa, na frente de toda São Paulo, tinha sido mais devastadora do que qualquer processo judicial. A menção ao meu exílio para o Nordeste, a insinuação de que eu era incompetente e, pior, a ameaça de me ligar ao assassinato de meu próprio irmão– tudo isso me levou à beira da loucura.
Bianca estava ao meu lado, falando sem parar, mas suas palavras eram apenas um ruído irritante.
— Você viu o que ele fez, Gabriel?! Ele usou a gravidez dela! Ele nos destruiu! Você tem que processá-lo! Você tem que fazer alguma coisa!
Eu já não aguentava mais essa mulher.
— Processar?! — Eu gritei, a voz rouca. — Ele tem o mundo, Bianca! Ele tem os juízes, ele tem a imprensa! Eu tenho uma passagem só de ida para o inferno de commodities no Nordeste! E agora a polícia vai me ligar a