A Quietude do Poder: O Cotidiano de Stella e Dante
Dante Moretti
Os meses de paz não se manifestaram como um grito de alívio, mas como um sussurro constante, a quietude profunda que se instala depois que uma tempestade destrói tudo e, paradoxalmente, revela a solidez dos alicerces. A queda de Eva, o exílio de Bianca, o desaparecimento de Gabriel. Tudo isso havia limpado o horizonte, feito o seu caminho e agora podíamos respirar aliviados. O cotidiano, que antes era uma série de manobras defensivas e reuniões de crise, se tornou uma sinfonia lenta e surpreendentemente doméstica.
Eu me acostumei a acordar não com a urgência de checar relatórios de sabotagem, mas com o cheiro de café expresso e o som suave da respiração de Stella ao meu lado.
Nossas manhãs eram a materialização da calma que havíamos conquistado. Eu era um homem de rotinas rígidas, mas Stella me ensinou o valor da flexibilidade. Do acordar sem correr e prever cada passo do dia como se tudo fosse sucumbir diante dos meus o