O armazém ainda estava cercado por policiais, a luz vermelha e azul das viaturas refletindo nos rostos de Valentina e Gabriel. O caos ao redor parecia distante para eles. Depois de tantos dias de tensão, investigações e ameaças, finalmente Vicente Montenegro estava sob custódia.
Valentina ainda sentia seu coração acelerado, não pelo medo, mas pela adrenalina que corria em seu corpo. Gabriel, ao seu lado, limpava o sangue no supercílio com um lenço improvisado.
— Você devia ir ao hospital — ela disse, tentando manter a voz firme, mas o tom preocupado era evidente.
Gabriel sorriu de lado, como sempre fazia quando queria aliviar a tensão.
— Já passei por coisas piores.
Ela franziu a testa.
— Isso não significa que não deva se cuidar.
Ele segurou o olhar dela, e por um momento, o mundo ao redor desapareceu. Valentina sentiu uma estranha mistura de alívio e nervosismo. Gabriel sempre teve aquele efeito sobre ela, mas agora parecia mais intenso.
— Se eu me cuido ou não, acho que isso não é