Cleide Magalhães
Quando chegamos à pista, vimos que havia realmente um jatinho à nossa disposição, presente do Edu e do seu irmão, Gustavo. Me senti a mulher mais rica do mundo e comecei a rir das bobagens que havia pensado.
Mas, antes mesmo de colocar meu lindo pezinho no tapete vermelho que estava ali para nos receber, meu marido me pegou no colo e fez questão de me levar até o interior da aeronave. Cruzei os pés, passei os braços por seu pescoço e contemplei cada detalhe do rosto do homem que arrebatara meu coração durante o show, há mais de um ano, e que esteve ao meu lado em cada processo que vivemos juntos desde então.
Olhar para ele era como enxergar meu amadurecimento afetivo, minha libertação de tudo o que sofri no passado: de cada estupro que fui obrigada a suportar, de cada surra que aquele monstro me deu, de todas às vezes em que usei meu corpo para proteger o Henrique. Olhar para o Augusto era lembrar de cada beijo que ele dava nas cicatrizes que carrego pelo corpo e na a