O som não passa de um zumbido agudo, constante, que reverbera nos ouvidos de Vincenzo, abafando tudo ao redor.

A respiração é curta, instável. O peito sobe e desce em tentativas falhas de puxar o ar pesado.

O cheiro é sufocante. Fumaça, pólvora e ferro queimado invadem cada espaço. A garganta arde. Cada inspiração é áspera, dolorosa.

Vincenzo força os olhos a abrirem. Pisca várias vezes, mas a visão não foca. Só enxerga borrões, vultos distorcidos e luzes piscando no meio da fumaça.

As linhas do estacionamento somem entre manchas de sangue, pedaços de metal e destroços espalhados por todos os lados.

A cabeça pulsa, pesada, com uma pressão cortante, como se fosse rachar ao meio.

— Socorro! Alguém ajuda, pelo amor de Deus! — Uma voz ecoa, trêmula, engasgada, no meio da fumaça. — Ele está vivo!

Vincenzo apoia as mãos no asfalto, tateando até encontrar algum ponto de apoio. Os dedos tremem, deslizando sobre a superfície áspera, suja e quente.

Tenta forçar o corpo para se erguer, mas as p