Capítulo 54 – A Confissão de Ana
O céu estava cor de vinho quando os três chegaram à antiga torre de cristal negro, uma fortaleza esquecida nos mapas, protegida por runas e silêncios. Lá, Kael e Riven mantinham um dos únicos refúgios seguros fora dos reinos dos clãs e do olhar de seus inimigos. A floresta ao redor sussurrava magia ancestral, mas dentro das paredes encantadas, o tempo parecia parar.
Ana dormiu por horas, envolta em lençóis de linho suave, os cabelos espalhados sobre o travesseiro como um manto escuro. Riven a observava da sombra do quarto, braços cruzados, os olhos vermelhos escondendo um misto de culpa e adoração.
Kael entrou, o cheiro de terra molhada e fúria ainda grudado à sua pele. Seus olhos dourados fitaram Ana com uma intensidade que doía.
“Ela quase morreu,” murmurou, como se falasse mais consigo mesmo.
Riven se moveu, saindo das sombras. “Mas não morreu. Porque nós a amamos. Mesmo que você ainda não consiga dizer isso em voz alta.”
Kael rosnou, mas não respon