O carro preto os seguia silenciosamente desde a saída da pousada. O motorista, um homem de meia-idade com óculos escuros e expressão fria, falava pouco e ouvia muito. No banco de trás, uma figura oculta apenas observava os movimentos de Isabela e Leonardo com atenção predatória.
Isabela ainda não tinha percebido que estavam sendo seguidos. Ela ajeitava os documentos em uma pasta marrom, enquanto Leonardo mantinha os olhos atentos à estrada e ao retrovisor.
— Estamos quase lá — disse ele, com a voz controlada. — O prédio onde Samuel trabalha fica na próxima rua.
Ela assentiu, o coração apertado. Aquilo podia mudar tudo. A denúncia, se publicada, não só derrubaria Godoy como também reabriria o caso da mãe dela — e talvez revelasse segredos que por anos ficaram enterrados.
Ao virarem a esquina, Leonardo acelerou. Algo em seu instinto gritou. O carro preto também virou, colado demais.
— Segura firme, Isa.
— O quê? Por quê? — ela perguntou, confusa, mas ele já manobrava bruscamente para o