Era o fim da tarde quando voltaram da praia. Os cabelos de Elisa estavam cheios de areia, o vestido leve grudava no corpo por causa da água salgada, e Rafael carregava Leo no colo, que dormia profundamente após tanta brincadeira. O cenário era tão cotidiano quanto mágico.
Na varanda da casa de praia, Clara os aguardava com um sorriso indecifrável e uma taça de vinho na mão.
— Estavam lindos! Pareciam até parte de um comercial de margarina — disse, provocando.
— Só se a margarina tiver sabor de areia e suor — rebateu Elisa, soltando uma risada enquanto tentava ajeitar o vestido.
Rafael colocou Leo no sofá de rede, cobriu-o com cuidado e se juntou às duas na mesa da varanda.
— Tá com essa cara porque quer contar alguma bomba, Clara. Fala logo.
Clara girou o vinho na taça como se estivesse saboreando o momento.
— Talvez uma bomba... talvez um presente. Depende do ponto de vista.
— Desembucha! — Elisa insistiu.
Clara colocou um envelope sobre a mesa.
— Lembram da antiga chefe da Elisa? A