MADISSON
O avô de Kael ajeita a bengala e se dirige à porta, mas antes de sair, me lança um olhar longo.
— Estou feliz que você tenha voltado para casa, finalmente, Elara.
A palavra “casa” me atinge como um tapa.
Voltar pra casa.
Não sei qual lugar é esse, mas definitivamente não é aqui.
Eu me encolho, e ele apenas sorri antes de desaparecer pelo corredor.
O silêncio que fica é denso, quase palpável.
Kael observa o avô se afastar, depois fecha a porta com firmeza.
O som do trinco se encaixando me faz soltar o ar que eu nem percebi estar prendendo.
E, no mesmo instante, o vazio no meu peito se dissipa.
A presença dele preenche tudo, cada centímetro do espaço, cada batida do meu coração.
Droga.
Eu o xingo mentalmente por isso.
Por ter esse efeito em mim.
Por me dar alívio quando eu só quero distância.
Ele está me observando, o maxilar travado, o cenho franzido.
— Como você conseguiu escapar? — pergunta, a voz baixa, mas carregada.
Dou de ombros e o contorno, evitando o olhar de