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SOL
Qual o conceito de toda dor
Que eu carrego pra onde eu for?
Mas não pretendo me humilhar
Eu abro a porta pra você passar
insuficiente - Camaleoa
Escolho as roupas mais confortáveis do armário, sabendo que Marina não aprovaria, mas me sinto cansada depois de tudo que passei. Mente e corpo querem desistir, mas sigo meio que no automático, venho fazendo isso há anos. Sam para na porta do meu quarto.
— Tudo bem? — pergunta cauteloso.
— Tudo.
— Não está pensando em ouvir ele, está? Dar brecha para aquele traidor que nos abandonou, te abandonou.
— Não.
— Te conheço, Sol. Você parece mole. Viu ele sozinha?
— Não. — Odiava mentir, mas precisava. Sam era criança demais.
— Sol, se quiser desabafar…
Ele sempre tão doce e cuidadoso, meu amigo lindo, mas sufocante. Ele me abraça e eu aceito. Por um segundo, deixo a confiança e segurança que ele passa me acalmar, pelo menos um pouco da ansiedade. Marina chega na porta e arregala os olhos. Sam a vê, e claro, empurra meu corpo para longe, po