Sexta-feira, 08 de novembro de 2013
O telefone toca insistentemente. É a terceira chamada somente esta semana. Eu ignorei as duas primeiras, mas não posso fazer isso a vida inteira. Uma hora ela vai bater aqui. Quando eu atendo, ela passa longos períodos sem me procurar. Mas eventualmente isso volta a acontecer. Eu hesito mais um pouco até que se tornar inevitável – Alô.
─ Finalmente eu consigo falar com você.
─ Oi, mãe.
─ Meu Deus, como você está? Se eu não ligar pra você, você não me procura. Você nunca vem me visitar.
─ Você não estava viajando?
─ Sim, mas eu voltei. Foi uma viagem rápida. Eu não pude ficar muito tempo. Sairia muito caro e eu não tenho esse dinheiro todo.
─ Não sei por quê. O dinheiro que eu mando e o seu salário é mais do que suficiente pra você se manter e ainda guardar um pouco. Você não paga aluguel e não tem despesa com ninguém mais. A não ser que você esteja dando seu dinheiro a alguém.
─ Carol, minha filha. Será que você nunca vai me perdoar? Eu se