Hector Beaumont ♧
Não bastava Viena sair e me deixar feito um maldito idiota — ainda teve a ousadia de mentir quando disse que havia cancelado o almoço com nossas avós. E eu, imbecil que sou, cheguei a acreditar. Agora imagine o caos quando a campainha tocou e, ao abrir a porta, dei de cara com Eleanor e Augusta. Paradas ali, sorridentes, cúmplices, equilibrando travessas com pratos elaborados, como se estivéssemos dentro de um daqueles filmes onde os vizinhos recebem os recém-chegados com comida.
O problema é que não havia nada de ensaiado ou perfeito naquela cena. Eu estava suado, com cara de poucos amigos, ainda com o corpo latejando do treino que tinha acabado de encerrar. A raiva por Viena ainda pulsava em cada músculo, e o suor não ajudava a disfarçar meu estado de espírito.
Engoli a irritação, respirei fundo e fiz o que qualquer neto educado faria: mandei que entrassem, pedi que ficassem à vontade e inventei a primeira desculpa que me veio à cabeça — disse que Viena logo voltava