Sofia caminha pela rua, a cabeça a mil, os pensamentos confusos e carregados de raiva. "Que situação ridícula! Aquele mauricinho, aquele menino mimado... Como eu pude me deixar levar tanto? "
A lembrança do corpo de Arthur próximo ao dela, do perfume dele, da tensão sexual que quase resultou em um beijo, a deixa furiosa.
"Eu não sou assim! Eu não me deixo levar por qualquer um... Mas por que eu não o beijei? Por que eu não o deixei me beijar? Eu queria, eu senti... A confusão a consome, a raiva se mistura com o arrependimento. Eu perdi o controle. Totalmente. E agora, que imagem eu passei? Que profissional eu sou?"
A raiva de Arthur se intensifica.
" Ele que se dane! Tirando folga? Com a pilha de trabalho que temos? Aquele... aquele... "
Ela não consegue nem formular um insulto que a satisfaça, a fúria a domina.
"Ele que se vire! Que se arranje! Eu não preciso dele, não preciso de ninguém!"
A autoafirmação soa oca, vazia, sem conseguir apagar a sensação de frustr