Capítulo 6
Na véspera da viagem ao exterior, Alberto mandou alguém buscar as duas filhas no hospital.

Lívia e Marina entraram no mesmo carro.

Mas, no meio do trajeto, o motorista de repente mudou a direção e entrou numa estrada secundária e deserta.

Quando Lívia percebeu que algo estava errado, o carro já tinha parado em frente a uma fábrica abandonada.

Assim que as portas se abriram, dois sequestradores com expressão agressiva puxaram as duas para fora à força.

Marina ficou em pânico. Gritava, desesperada:

— Socorro! Me soltem! Me soltem!

Lívia também ficou atônita.

Aquele motorista havia sido enviado por seu pai. Como os sequestradores o convenceram?

Enquanto tentava entender a situação, ela e Marina foram jogadas dentro de uma sala suja e abandonada.

Um dos sequestradores falou com frieza:

— Uma é noiva do Otávio. A outra é futura cunhada dele. Pedir cem milhões de reais de resgate está longe de ser exagero, né?

Marina arregalou os olhos. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, o homem já estava discando para Otávio e colocou no viva-voz.

— Alô? — A voz grave e familiar ecoou do outro lado da linha.

O sequestrador fez um gesto para Marina, que logo começou a chorar:

— Otá, sou eu... sou a Marina! Eu... eu fui sequestrada... Eles estão pedindo cem milhões de reais...

A voz de Otávio mudou imediatamente, gelada e firme:

— Não encostem um dedo na Marina. Mandem a conta. O dinheiro será transferido agora.

O homem então aproximou o celular da boca de Lívia:

— Fala alguma coisa também. Se ele topar pagar mais cinco milhões, a gente libera você junto.

Lívia cerrou os punhos.

Otávio a odiava tanto. Ele nunca gastaria um centavo.

Enquanto tentava decidir o que dizer, um dos sequestradores se aproximou do colega e sussurrou:

— A Lívia não tinha dito que eram cem milhões? Como é que agora...

A frase saiu baixa, mas do outro lado da linha, Otávio ouviu com clareza.

A mão dele se fechou com força em torno do celular. O rosto escureceu num instante, sombrio como uma tempestade.

Então era isso. Lívia estava metida nisso desde o começo.

Ela e os sequestradores estavam juntos.

Agora tudo fazia sentido: o motorista comprado, o valor absurdo do resgate.

Pensando nisso, Otávio falou com frieza:

— Se a Lívia vai viver ou morrer, isso não é problema meu. Façam o que quiserem com ela.

Se ela queria tanto dinheiro, que ficasse com o dinheiro. Consideraria isso o fim de um laço podre entre os dois.

Ao ouvir isso, o coração de Lívia despencou no abismo.

Então Otávio realmente desejava a morte dela...

Nunca houve amor.

Apenas ódio. Um ódio profundo, enraizado no osso.

...

Pouco tempo depois, sons de freada ecoaram do lado de fora do galpão.

Otávio entrou correndo e abraçou Marina com força.

Em seguida, lançou um olhar gelado para Lívia, largada no canto, como se ela fosse lixo, e disse para os sequestradores:

— O dinheiro já foi transferido. Quanto à Lívia, façam o que quiserem. Vendam ela pra alguma região esquecida no interior, matem, tanto faz.

Lívia assistiu, imóvel, enquanto ele saía com Marina nos braços.

Assim que os dois desapareceram, os sequestradores pararam de fingir. Os rostos se distorceram num sorriso sarcástico.

— A gente ouviu dizer que você já dormiu com o Otávio. Achei que ele teria algum sentimento por você. Mas nem cinco milhões ele quis pagar. Você não vale nem o preço de um cachorro.

Lívia olhou friamente para os dois:

— O dinheiro vocês já receberam. Agora posso ir embora?

— Ir embora? — Um deles caiu na gargalhada, como se tivesse ouvido a maior piada do mundo. — O dinheiro chegou, mas o trabalho ainda não acabou. Agora é que a diversão vai começar.

Ambos se aproximaram rindo, arrancando as roupas dela com violência.

No instante seguinte, a ponta quente de um cigarro aceso foi pressionada contra a pele dela.

Lívia soltou um grito de dor, agudo, desesperador. Suor frio e lágrimas desciam juntos pelo rosto.

Ao ver a agonia dela, os dois ficaram ainda mais empolgados.

— Dizem que na faculdade você era humilhada todo dia. Hoje vamos te ajudar a reviver isso bem direitinho.

— Vamos marcar ela com uma palavra?

— Boa ideia. Qual palavra?

— Vadia. Combina perfeitamente com ela! Hahahaha.

Os cigarros acesos começaram a queimar uma área atrás da outra — nas pernas, na cintura, nas costas. Lívia suava tanto que parecia febril. A dor a fazia perder a consciência aos poucos.

Ninguém sabia quanto tempo aquilo durou.

Por fim, os dois cansaram, rindo alto enquanto iam embora.

Lívia ficou encolhida no chão frio, o corpo ainda tremendo em espasmos.

Só quando o céu já começava a escurecer, e a dor dava lugar a um vazio entorpecido, ela conseguiu se levantar, apoiando-se na parede.

Cambaleante, deu um passo.

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