por Milena
A noite caiu como um manto de desespero ao meu redor, envolta em silêncio e trevas.
As horas arrastavam-se lentamente, cada segundo uma tortura, e a escuridão que preenchia o porão parecia espelhar o vazio dentro de mim.
Eu estava sozinha, sem saber o que viria a seguir.
Seria resgatada?
Seria abandonada ali para definhar?
Ou seria forçada a tomar uma decisão que destruiria tudo o que amo?
Meus pensamentos vagaram, procurando algum conforto nas memórias que me restavam.
O orfanato... Ah, como eu sentia falta daquelas paredes antigas e do sorriso sincero das crianças.
Elas eram meu refúgio, a prova viva de que, mesmo nos momentos mais sombrios, havia luz.
Lembro-me de como corríamos pelos corredores, rindo, esquecendo por breves momentos as sombras que pairavam sobre nossas vidas.
Aquelas crianças me davam forças.
Eu sabia o que era ser abandonada, rejeitada pelo mundo, e jurei que faria de tudo para dar a elas o amor que nunca tive.
Mas agora, presa neste lugar i