Lucian Donovan jamais imaginou que uma noite casual mudaria sua vida para sempre. Ao descobrir que Milena, sua companhia naquela noite, é sua aluna, o destino lhe impõe um casamento arranjado por interesses comerciais. Frio e marcado por amores fracassados, ele se refugia no trabalho, enquanto Milena enfrenta a solidão e as ameaças da obsessiva ex-amante de Lucian. Quando uma gravidez inesperada vira seu mundo de cabeça para baixo, Milena se vê presa em uma rede de intrigas e perigos. Agora, entre traições e desejos proibidos, Lucian e Milena precisarão decidir se lutarão contra o destino ou um pelo outro.
Leer másNossa, estou voltando bem tarde para casa. Levei mais tempo do que queria na biblioteca. Infeliz ideia de vir caminhando, agora o campus está deserto. Apenas os poucos seguranças e nada mais.
A luz dos postes de iluminação se apagam bem na hora que estou passando. – Mais essa agora! – murmuro para mim mesma, tentando ignorar a sensação de inquietação que cresce dentro de mim. Mas continuo mesmo assim, pois preciso chegar em casa logo. Estou tão cansada! E de repente um carro surge do nada… E freia em cima de mim! Acabo com o susto caindo no chão. Que droga! Meu Deus… Estou parecendo um purê mole esparramado pelo prato, sentada neste chão. O coração b**e descontrolado no peito enquanto tento recuperar o fôlego. O motorista desce do carro às pressas, seus passos rápidos na direção onde estou caída. Mas espera! Eu não acredito! Ele abaixa e olha a lataria do carro. Não é possível uma coisa dessa! Estou estabacada no chão, e o homem está olhando seu carro! Eu não estou vendo isso! Ele parece preocupado, mas não comigo! A rua está muito escura e o farol alto do seu carro aceso não me deixa ver seu rosto. – Caramba menina, você deveria ter mais cuidado, ainda mais com as ruas nesse breu – esbraveja ele, com uma voz de trovão em dias de tempestade. Me levanto, sentindo uma mistura de raiva e medo. Me sinto pequena diante desse homem alto e imponente. Me mexo, limpando a poeira que veio sobre minha roupa e vendo se não me machuquei. – Desculpe, eu... eu não vi o seu carro. Você freou de repente! – respondo, tentando manter a calma. Ele balança a cabeça, claramente irritado. – Isso não importa. Você poderia ter causado um acidente! Preste mais atenção da próxima vez! Sua voz é dura e impaciente, como se estivesse me repreendendo por algo grave. Me sinto desconfortável, desejando estar em qualquer outro lugar além dessa rua deserta. – Eu entendo, desculpe mesmo. Eu só... só quero ir para casa – murmuro, olhando ao redor em busca de uma rota de fuga. Ele parece notar minha hesitação e dá um passo para mais perto de mim. Que droga! Esse breu não me deixa ver seu rosto, apenas algumas nuances que não me ajudam muito. – Vou te levar para sua casa então. Entre no carro. Êxito, afinal não faço ideia de quem ele seja. Ele percebe minha hesitação e sai falando: – Faço parte do corpo docente da faculdade, não se preocupe, só irei te deixar em casa, para evitar que provoque algum acidente mais grave com essa sua falta de atenção. Nossa, minha falta de atenção. Por esse comentário eu não esperava, mas opto pelo silêncio, ele não parece ser uma pessoa muito… sociável. E com isso, me lembro do spray de pimenta que tenho na bolsa. Trago ela ainda mais perto de mim, deixando seu zíper aberto, pois qualquer situação diferente, eu disparo nele o spray. – Vamos, entre, não tenho tempo a perder e você já está ocupando muito mais do que poderia lhe dar - me diz, sem nenhuma paciência. E com isso, não vejo muita escolha além de obedecer, então entro no carro sem dizer mais nada. O interior é escuro e a música alta ecoa no espaço confinado. Por um momento ele abaixa o som do carro e me pergunta onde moro. Dou meu endereço, ele digita rapidamente no GPS do carro. Graças ao céu, eu estou perto de casa. E depois de confirmar o endereço, volta a aumentar o volume da música que está tocando; um rock melodioso e ao mesmo tempo interessante. No espaço confinado em que nos encontramos, o cheiro inconfundível de sua colônia preenche cada canto, amadeirada e única. Como uma suave carícia olfativa que se espalha ao meu redor, despertando memórias e criando um vínculo invisível entre nós. Mas automaticamente reprimo qualquer coisa, pois ele é apenas um estranho que se compadeceu de mim e está me levando em segurança para casa. Ao menos é o que digo para mim mesma em meu silêncio. Ele dirige rápido, muito rápido para as ruas do campos, e eu me seguro no banco, rezando para que cheguemos logo. Durante o trajeto, ele não diz uma única palavra. A noite está tão escura lá fora e mesmo dentro do carro a iluminação é quase nenhuma. Não consigo ver seu semblante e mesmo que eu quisesse, com ele dirigindo desse jeito, tento ao máximo me segurar no banco e mantenho meus olhos lá fora no breu. A tensão no ar é palpável, e eu me sinto aliviada quando finalmente chegamos em frente à minha casa. A penumbra ainda está presente, parece que tivemos um blecaute geral. – Chegamos – diz ele, sem emoção na voz. Agradeço sem olhar para ele, desejando sair o mais rápido possível daquele carro. Quando fecho a porta, ele simplesmente acelera e vai embora, deixando uma nuvem de poeira para trás. Fico ali parada por alguns segundos, tentando inutilmente entender o que foi isso, afinal? Entro em casa tremendo, a experiência com aquele homem desagradável ainda ecoando em minha mente. Me jogo na cama, tentando afastar os pensamentos ruins, mas a noite parece mais escura do que nunca lá fora. Será que vou conseguir dormir depois de tudo isso? O encontro com o homem do carro me deixou com uma sensação de vulnerabilidade que eu nunca tinha experimentado antes. A escuridão revelou não só o perigo das ruas desertas, mas também a amargura e falta de empatia de algumas pessoas. Como pode um carro ser mais importante que uma pessoa?! Suspiro, fechando os olhos com força, tentando apagar a cena da minha cabeça. Amanhã, com a luz do dia, talvez consiga entender melhor o que aconteceu. Mas que homem esquisito… Nem consegui ver direito quem ele era. Viro para o lado, forçando o sono, mas um pensamento inquietante me faz abrir os olhos outra vez. E se aquele não tivesse sido um simples acaso? E se aquele homem misterioso e mal educado não tivesse simplesmente me encontrado... mas, de alguma forma, estivesse me procurando?por Milena O grande dia finalmente chegou, e eu me sentia envolta por uma onda de emoções intensas e misturadas. Cada detalhe do nosso casamento foi pensado com tanto carinho que parecia um sonho prestes a se concretizar. O sol brilhava radiante no céu azul, enquanto a brisa leve balançava as flores brancas e rosas que decoravam a tenda montada para a cerimônia. O aroma de jasmim e rosas misturava-se no ar, criando uma atmosfera mágica que me envolvia. O momento mais significativo para mim foi quando entrei na tenda. Ao invés de um buquê de noiva, eu carregava nosso filho, Lohan, em meus braços. Seus pequenos olhos brilhavam curiosos, e seu sorriso, inocente e encantador, era a essência da nossa alegria. Vestida em um vestido de noiva de chiffon delicado e rendado, eu sentia o peso das tradições se desvanecer, substituído pela pura felicidade de ter Lohan ao meu lado. Cada passo que dava era acompanhado pelo suave toque da música instrumental que preenchia o espaço, en
Lucian mal conseguia manter os olhos abertos. O cansaço havia se acumulado em seus ombros como um peso insuportável, e cada passo em direção à casa de seus pais era um esforço monumental. Após dias intensos de tratamento e reabilitação, ele estava ansioso para ter um momento de tranquilidade. A ideia de passar a noite na casa dos pais parecia um alívio, um espaço onde ele poderia encontrar algum descanso longe da pressão constante. Os dias de fisioterapia estavam sendo intensos e o levando a loucura. Mas como seu médico disse inúmeras vezes, isso era necessário para garantir que ele se curasse cem por cento. Ao entrar na casa, o ambiente estava diferente do que ele esperava. A casa dos pais estava envolta em uma aura especial, com uma iluminação suave e um toque de elegância inesperado. A suavidade das velas e as flores frescas que decoravam a mesa de jantar criavam uma atmosfera romântica que Lucian não conseguia entender. A sensação de surpresa o atingiu instant
pela autora Milena se encontrava em um espaço sombrio e nebuloso, onde o ambiente parecia distorcido, como um espelho quebrado refletindo seus medos mais profundos. O lugar era uma mistura de sombras e névoa, onde as formas não tinham contornos definidos, mas o sentimento de opressão era palpável. O som de seus próprios passos ecoava de maneira inquietante, e ela estava sozinha, ou assim parecia.De repente, uma figura familiar emergiu da névoa. Era Débora. Seu semblante carregava um sorriso de triunfo, um sorriso que parecia irradiar um brilho maligno e cruel. Ela estava lá, imponente e confiante, e a visão dela fez o coração de Milena disparar. Ela estava atônita, mas não havia como fugir do confronto.— Olá, Milena - Débora disse, com um tom de voz que transbordava satisfação perversa. — Vejo que você ainda não conseguiu escapar da minha influência, mesmo depois da minha partida.Milena sentiu um gelo na espinha. A visão de Débora era como um soco no estômago, e cada palav
por Donovan A dor me atingia com uma intensidade cruel enquanto eu lutava para sair do hospital. O corpo imobilizado pelo colete cervical e o braço fraturado eram apenas um reflexo das cicatrizes mais profundas que eu carregava no coração. Mas nada, absolutamente nada, poderia me impedir de ir atrás de Milena. Eu precisava vê-la, precisava que ela soubesse o que sentia. Cada passo era uma tortura, mas era uma tortura que eu estava disposto a enfrentar.Pedi para Steve passar a dirigir para mim por algum tempo, como eu não tinha ideia do que estava lidando, nada melhor do que meu chefe de segurança para cuidar da minha segurança e locomoção.— Chegamos senhor Donovan - me avisou Steve. Finalmente, cheguei ao prédio onde Milena estava morando. Meus pensamentos estavam uma confusão total, mas uma coisa estava clara: eu precisava dela, precisava dela ao meu lado, precisava dela para viver. Steve me ajudou a chegar até o apartamento dela. Milena não sabe, mas assim que se mudou par
por DonovanA batalha dentro de mim era feroz, uma guerra silenciosa travada nas profundezas da minha alma. Havia momentos em que a escuridão parecia inevitável, quando meu corpo, exausto, quase se entregava à tentação de desistir. Era como se uma força invisível me arrastasse para o abismo, sussurrando promessas de paz eterna. Mas, sempre que a sombra parecia prevalecer, algo dentro de mim se levantava. Uma força, intensa e poderosa, surgia das profundezas do meu ser. Essa força tinha nome, tinha forma. Era Milena. Era o amor que eu sentia por ela que me empurrava de volta à superfície. Não era apenas uma lembrança, era um impulso vital. O rosto de Milena, tão cheio de vida, sua voz sussurrando meu nome, suas mãos quentes tocando as minhas... cada fragmento dessas memórias eram âncoras que me impediam de afundar. Eu sabia que a vida que me esperava não seria fácil. Haveria dor, haveria sofrimento, mas também haveria muito mais muito amor. Então, como se fosse puxado de um
pela autora Letícia caminhou até Milena com passos cuidadosos. A sala de espera do hospital parecia maior do que realmente era, com paredes silenciosas que refletiam a angústia daqueles que ali aguardavam. O estado de Lucian continuava grave, sem qualquer alteração. Era como se o tempo tivesse parado, como se cada segundo pesasse mais que o anterior. Milena estava sentada em uma cadeira desconfortável, com os olhos inchados e as mãos trêmulas repousando sobre o ventre. Ela não conseguia conter a mistura de ansiedade e medo que pulsava em seu peito. Letícia se aproximou, sentando ao lado da amiga. Pegou a mão de Milena entre as suas, oferecendo um toque de conforto em meio ao caos. Por um momento, ambas ficaram em silêncio, sentindo o peso da situação. Milena lutava contra as lágrimas, mas sabia que a qualquer momento elas iriam escapar.— Milena… - Letícia começou, sua voz baixa e carinhosa, buscando o tom certo para não soar invasiva. — Eu sei que é difícil encontrar pala
Último capítulo