por Milena
O frio do chão de concreto se infiltrava em minha pele, aumentando a sensação de desespero que já tomava conta de mim.
Eu estava amarrada àquela cadeira há horas, os pulsos feridos pelas cordas apertadas que me prendiam.
O pequeno feixe de luz que entrava pela janela alta do porão era minha única companhia, um lembrete irônico de que, lá fora, o mundo seguia normalmente enquanto eu estava presa nesse pesadelo.
Meu coração batia descompassado, cada batida uma súplica silenciosa para que alguém, qualquer um, me encontrasse antes que fosse tarde demais.
O que Débora poderia fazer comigo?
A pergunta me atormentava, e a resposta que vinha à mente era ainda mais aterrorizante: qualquer coisa.
Meus pensamentos voltavam àquela tarde na cafeteria, quando tudo desmoronou.
Lembro-me do sorriso de Débora, aquele sorriso cruel que revelou sua verdadeira natureza.
Eu deveria ter previsto que algo estava errado, que aceitar o convite dela era como colocar minha mão em um ninho de