282. A CONVERSA COM ELIOT
CLÍO:
Por um instante, a única coisa que consegui ouvir foi o zumbido da minha própria mente tentando encontrar uma conexão lógica entre tudo o que estava ocorrendo. Mas não havia lógica, não nesse emaranhado que parecia se estender como uma teia invisível, prendendo cada fragmento do que algum dia reconheci como verdade.
—Elliot… —comecei a falar, duvidando, mas o olhar que ele me lançou me fez parar. Era um olhar inquietante, tão carregado de emoções conflitantes que me custou sustentá-lo.
Ele deixou escapar um suspiro áspero, quase desesperado, e começou a caminhar de um lado para outro, como se se mover pudesse aliviar a pressão que se acumulava em seu peito. Sua mão tremia mesmo quando a levou ao cabelo, puxando suavemente enquanto buscava algo para dizer, algo para perguntar, algo que pudesse lhe trazer um mínimo de clareza.
—Você tem certeza de que é sua mãe e não a irmã gêmea dela? —perguntou finalmente, parando de repente.
—Sim, minha avó sabe diferenciá-las —respondi