Conrado faz uma pausa, ponderando se o que sabe é suficiente para compartilhar. Finalmente, ele se inclina para frente, com a voz baixa e cuidadosa, como se cada palavra carregasse um peso que deve ser dito com precisão.
—Acho que não se tratava apenas de você, senhora Lúa, mas do que você representava naquela época. Você e Clío eram um símbolo de algo que Edna jamais pôde ter: a união e o apoio genuíno entre mulheres fortes. Para ela, essa cumplicidade era uma ameaça —continua exibindo algumas fotografias de nós quando éramos jovens—. Ela odiava que fossem tão boas amigas. As palavras do detetive deixam ambas pensativas. Conrado se endireita e fixa o olhar em mim, esperando minha reação. Sei que ele tem algo mais, pela maneira como me observa. —Você foi drogada, David. Você seria o po