Luísa
Eu segurava sua mão. Ele estava ali, do meu lado, mas parecia tão longe. Aceitou o jantar, sugeriu o cinema… mas não parecia animado. Estava apático, como se apenas estivesse cumprindo uma obrigação. Enquanto ele dirigia, eu tentava parecer empolgada, procurei os filmes em cartaz e sugeri um de drama que parecia interessante pela sinopse. Ele apenas assentiu.
Decidimos jantar no shopping, seria mais prático. A comida estava boa, o lugar agradável, mas ele estava ausente — mesmo ali, à minha frente. Conversamos sobre o básico: trabalho, trânsito, o filme. Minha animação foi murchando devagar.
Durante o filme, ficamos de mãos dadas. Trocamos alguns comentários em voz baixa, rimos de uma ou outra cena. O filme era bom, mas parecia não nos tocar. O silêncio na volta para casa foi quase absoluto. Um silêncio cansado, como se ambos estivéssemos exaustos de tentar.
Chegando em casa, ainda quis insistir.
— Quer tomar banho comigo? — perguntei, tentando soar leve.
— Quero — ele respondeu