Luísa
Laura não dormia nunca. E eu já estava exausta.
Aquela noite, em especial, parecia que ela tinha ligado no modo turbo. Estava com a corda toda, falante, animada, encantadora como sempre… mas já passava das dez da noite, e o sono não dava as caras.
— Filha, precisamos ir dormir. Amanhã vamos ver o vovô e a vovó — falei, tentando manter a voz doce enquanto a pegava no colo.
— Linda, até quando você vai conseguir carregar ela assim? — perguntou Leonardo, observando a cena com aquele sorrisinho de quem sabia o quanto eu me esforçava.
— Não sei… mas acho que minhas costas estão começando a dar sinais — respondi, suspirando.
Subimos com ela para o quarto. Fizemos todo o ritual: história, carinho, conversa baixinha… até que, enfim, ela se entregou ao sono. Saímos no maior cuidado, como quem desarma uma bomba-relógio.
No nosso quarto, nos jogamos na cama. O silêncio foi um alívio. Ficamos deitados, conversando baixinho enquanto Leonardo acariciava minha barriga com calma, como fazia tod