O crepúsculo desceu, e as luzes da cidade começaram a se acender.
Afonso estava de pé à beira do rio, a luz da lua lançava sobre seu rosto uma camada de frio glacial.
Diante dele, ajoelhava-se um homem amarrado de mãos e pés, batendo a cabeça no chão repetidas vezes.
— Sr. Afonso, pelo amor de Deus, por favor, solte meu filho!
Um dos capangas de Afonso empurrava o carrinho de bebê, cujas rodas estavam perigosamente próximas à margem do rio.
— Diga-me a verdade, e eu o deixo ir.
Um traço de pavor cruzou o olhar do homem. — Sr. Afonso, eu não entendo o que o senhor está dizendo...
— Não entende? — Afonso soltou um leve riso. — Vou contar até três. Se até lá não ouvir nada útil da sua boca, mando seu filho para o lugar onde ele deve estar.
Afonso fixou o olhar no rosto trêmulo do homem e começou a contagem regressiva.
— Três...
— Dois...
No instante em que o carrinho de bebê começou a inclinar-se em direção ao rio, o homem não aguentou mais e gritou, em desespero:
— Eu falo, eu falo!
— O