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Capítulo -3 - Mônica

Após comer um pedaço de bolo, estávamos sentados na sala de estar e eu expliquei detalhadamente aos meus pais o que havia acontecido e como tudo começou.

Eles sempre foram pessoas presentes em minha vida, e seria ridículo não contar a eles o que havia ocorrido.

Nunca escondi nada dos meus pais e, por isso, eles tinham tanto orgulho de mim.

Misa: Pensei que ficaríamos juntos pelo resto da vida e acredito que, se ela não o tivesse conhecido, isso realmente seria verdade. Kellan nunca me tratou mal durante todos esses anos de relação. Sempre foi um marido muito atencioso; até mesmo massagens em meus pés ele fazia, mesmo quando estava cansado. E, no fim das contas, foi embora com outra mulher.

Malia: Sinto muito que você tenha passado por tudo isso, mas agora temos que pensar no seu futuro. Não adianta sofrer por um homem que a abandonou por outra mulher. - Ela olhou para meu pai, como se estivesse pensando nas palavras para não me machucar. - Mesmo que ele pedisse perdão agora, não haveria solução para o seu casamento; uma pessoa que trai a própria esposa consegue trair novamente.

Theo: Conhecendo você como conhecemos, você nunca mais confiaria nele. - Viveria um pesadelo em forma de casamento.

Malia: Nós não queremos o seu mal, e também não quero que você se lembre disso o tempo todo. Mas temos que falar agora, enquanto ainda dói, para que depois não possa doer nunca mais. - Ela segurou a minha mão. - Misa, você poderia ter voltado para casa, pois sempre iríamos recebê-la de braços abertos, mas decidiu pelo casamento arranjado. Meu bem, nós ainda podemos conversar com Liana sobre o seu estado após o casamento e o divórcio; você não precisa se casar sem sequer amá-lo.

Misa: Amor... - Pensei em todas as promessas de Kellan, em como ele disse que me amaria para sempre e que juntos construiríamos um futuro brilhante. - Eu posso conhecê-lo. Durante o casamento, o amor pode crescer e juntos poderemos construir isso.

Theo: Com Levi? - Meu pai olhou para minha mãe e tentou sorrir, mas seu sorriso parecia mais uma careta. - Muito bem, agora vamos conversar sobre o que você fará a partir de agora.

Misa: Pretendo abrir uma clínica ou entrar em contato com algumas dificuldades para continuar com minhas pesquisas. Meu currículo fala por mim mesma; tenho certeza de que conseguirei um emprego. Ou posso abrir minha própria clínica, mas precisaria dos custos pagos pela faculdade para que eu pudesse continuar com minhas pesquisas. Eu salvo vidas com minhas pesquisas e continuarei fazendo isso.

Malia: E por que talvez você não possa fazer os dois? - Sorriu. - Nossa fazenda é muito afastada da cidade; existem outras fazendas por perto que talvez precisem de ajuda.

Misa: Primeiro, vou atrás das faculdades e continuarei com minhas pesquisas e, depois, poderei pensar. - Escutei passos pesados se aproximando e então minha irmã surgiu na entrada da sala de estar. Seus cabelos agora estavam curtos, mas ainda continuavam tão cacheados como sempre; ela era a única que havia puxado ao papai, sua pele era muito mais clara do que a minha, que era tão retinta quanto a da mamãe. - Mônica!

Mônica: Misa! - Ainda olhando para mim, ela colocou a mão dentro do bolso, tirou uma chave e a jogou em minha direção. Peguei-a no ar com um pouco de dificuldade e olhei para seu rosto. - Um presente de boas-vindas por você ter voltado para casa.

Misa: Nem um abraço? - Levantei-me e abri os braços. Meus pais ficaram em silêncio quando, contra a vontade, ela se aproximou e me abraçou; durou segundos antes de se afastar, como se eu estivesse pegando fogo.

Mônica: Dois segundos, meu recorde! - Papai bateu palmas, o que fez surgir um sorriso simples em seu rosto.

Theo: Parabéns, meu amor! - Ela tinha 28 anos e ainda odiava o mundo, menos a nós, talvez. - Agora, o que são essas chaves?

Mônica: Da loja que comprei para Misa! - Todos ficaram em silêncio; ela olhava para meu pai em vez de mim. - Vai ficar aí ou vem comigo?

Theo: Vai sair duas vezes no mesmo dia? - Ele bateu palmas mais uma vez. - Seu recorde!

Malia: Pare com isso! - Minha mãe segurou meus braços e afirmou com a cabeça. - Aproveite e veja como a cidade mudou; tenho certeza de que você vai adorar.

Mônica me levou para seu carro, que era um jipe amarelo. Sentei-me e coloquei o cinto de segurança quando ela começou a dirigir.

Fiquei em silêncio por alguns minutos, sabendo que ela adorava; Mônica nunca foi uma pessoa que gostava de conversar.

Por um milagre, ela respondia às nossas perguntas!

Ela não era mal-educada, mas acreditava que este mundo era uma perda de tempo.

Mônica: Eu ainda posso sentir seus olhos sobre mim! - Ela me olhou de relance por alguns segundos antes de voltar a prestar atenção na estrada. - Eu sei que você quer falar sobre seu casamento.

Misa: Eu só não sei se você quer ouvir! - Ela fez uma careta antes de voltar a prestar atenção em mim. - Não quero te sobrecarregar com todos os meus problemas.

Mônica: Ouvir seus problemas não me sobrecarregará; saber que você ainda ama um babaca que te abandonou e te envergonhou irá me irritar. - Mais uma vez, olhou por cima do ombro. - Misa, ele só estava com você por dinheiro.

Misa: Mas ele me abandonou por Reina. - Ela sorriu como se aquilo fosse uma brincadeira; apertei os olhos para o rosto dela, sabendo que Mônica havia aprontado alguma coisa. - O que você fez?

Mônica: Você se lembra que papai pediu que eu buscasse os documentos do contrato de casamento e que fosse com separação total de bens? - Afirmei com a cabeça, pois isso me garantiria sair desse casamento sem perder o dinheiro que havia conquistado com meu suor. - Pois eu não contei ao seu marido que era com separação total de bens e que ele não teria direito algum se te traísse.

Misa: O quê? - Arregalei os olhos, sem ter ideia de que ela havia feito uma coisa dessas. - Mônica, e se ele nos processar?

Mônica: Ele não tem como provar que não foi avisado e você tem todas as provas públicas de que ele te traiu. - Ela sorriu. - Acabei de enviar uma notificação ao advogado dele de que Kellan Ward tem que te pagar uma indenização de um milhão de dólares por te expor daquela maneira.

Misa: E o que o advogado respondeu? - Ela deu de ombros, como se não fosse nada, e por um instante me senti aliviada, mas era Mônica quem estava falando. - Mônica!

Mônica: Kellan prometeu se vingar de mim...

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