Capítulo 43
Luna
A madrugada parecia mais escura do que o normal. Nem mesmo as luzes da cidade que entravam pelas janelas tinham força suficiente para cortar o peso que tomava o ar naquela sala.
Dante conectou o pen drive no laptop e os arquivos começaram a carregar. Vídeos. Áudios. Planilhas. Mapas. Tudo meticulosamente organizado. Não era só uma denúncia, era um dossiê. E cada clique nos levava mais fundo num poço que parecia não ter fim.
Eu me sentei ao lado dele, os olhos atentos à tela, tentando absorver cada detalhe. As rotas marcadas em vermelho cruzavam áreas estratégicas da cidade. Algumas a gente já suspeitava. Outras... nem imaginávamos.
— Ele tava montando isso há meses — murmurei, cruzando os braços. — Marcelo não improvisa. Ele planeja. Calcula. E sempre com alguém pra executar por ele.
Dante assentiu, a mandíbula rígida. A cada nova pasta aberta, sua expressão escurecia. Até que um vídeo específico chamou a atenção dele.
— Pera.
Ele clicou.
A imagem tremia, captada por