17. O Contato Secreto de Morandi
O corredor estava silencioso, abafado pelo isolamento acústico da mansão. Do lado de dentro do quarto de hóspedes , o que Morandi sempre usava quando precisava permanecer na propriedade por mais de um dia , a luz era baixa, dourada, refletindo no móvel escuro e no casaco de couro jogado sobre a cama. Morandi trancou a porta com cuidado, certificou-se de que nenhuma sombra se movia sob a fresta e só então deixou o ar preso escapar dos pulmões. Respirou fundo.
Pegou o celular do bolso. O aparelho já estava no modo silencioso, como sempre. O nome que apareceu na tela não estava salvo como deveria... apenas uma inicial, quase um código. Ele hesitou por um segundo... como se até esse gesto carregasse risco , e atendeu.
“Oi… sou eu.”
A voz do outro lado respondeu quase de imediato, suave, cansada, como se tivesse acabado de acordar. Morandi fechou os olhos por um instante, deixando aquele som atravessar os muros internos que ele passava a vida inteira erguendo.
“Eu sei que você deve estar