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04. Serviço de Quarto

A alguns quilômetros dali, Sofia acordava sobressaltada. O telefone ainda ecoava em sua cabeça, a voz grave repetindo aquela última frase: “Lembra de mim? ”

O sol tímido atravessava as cortinas do pequeno quarto de hotel. A toalha enrolada em seu corpo estava úmida - ela nem lembrava de ter saído do banho. Passou as mãos pelo rosto, tentando se convencer de que ainda estava viva.

Mas algo dentro dela dizia que não por muito tempo.

Pegou o celular na mesa de cabeceira. Sem sinal. Sem mensagens. Nenhum contato salvo.

Sua mente ainda estava muito confusa . Sofia ficou num estado de bloqueio que não conseguia tomar nenhuma decisão.

- Idiota… — sussurrou, com a voz trêmula. - Ainda bem que eu desliguei o telefone na cara daquele bandido... Mas o que eu deveria ter feito era fugir  da cidade.

O espelho ao lado refletiu uma mulher esgotada, com os olhos avermelhados e o cabelo desgrenhado.

Mas o que mais a assustava era o olhar — havia medo ali, sim, mas também algo novo, algo que ela não queria admitir: curiosidade.

Aquele homem... Matteo DeLuca.

O nome ainda ecoava em sua mente.

E mesmo sem entender por quê, ela queria saber mais.

Enquanto isso , do lado de fora, um carro preto estacionou discretamente na esquina. Morandi saiu do banco do passageiro e entrou no saguão do hotel.

Subiu as escadas sem pressa, os passos firmes no corredor silencioso.

Toc ...toc...toc.... três batidas na porta.

Sofia estremeceu.

- Serviço de quarto - disse uma voz calma.

Sofia  quase gaguejou. -  Eu… eu não pedi nada.

Silêncio.

Mais uma batida.

Dessa vez, mais forte.

Sofia se aproximou devagar, o coração acelerando.

Encostou o ouvido na madeira.

Nada.

-  Quem está aí? -  perguntou, num fio de voz.

A maçaneta girou.

Ela recuou instintivamente.

A porta se abriu.

Morandi entrou primeiro -  e logo atrás dele, Matteo.

O tempo pareceu parar.

Ele vestia o mesmo terno escuro, mas agora sem o casaco. As mangas da camisa estavam dobradas até os cotovelos, revelando o braço tatuado. O rosto, impecável, trazia aquele mesmo olhar — o tipo de olhar que não precisava levantar a voz para dominar o ambiente.

Sofia recuou até encostar as costas na parede.

- Como... como me encontraram? Que tipo de hotel é esse que permitem invadir quarto de hóspede?

Matteo deu um passo à frente.

- Eu sempre encontro o que é meu.

- Eu não sou sua! - respondeu ela, a voz trêmula. - Eu só estava no lugar errado!

- Isso costuma ser o que todos dizem antes de morrer. - disse ele, frio.

Morandi se posicionou ao lado, vigilante.

- Quer que eu saia? - perguntou, num tom neutro.

Matteo hesitou.

- Fique. Ela não me conhece o bastante pra confiar.

Sofia bufou, a raiva substituindo o medo por um instante.

- Confiar? Depois do que você fez? Eu vi você atirar naquele homem!

Matteo cruzou os braços, impassível.

- E você acha que ele era inocente , bailarina?

Ela piscou, confusa.

- Que diferença isso faz ? Eu sou bailarinha com muito orgulho! E meu nome é Sofia!

Ele se aproximou mais, e agora ela podia sentir o perfume dele - um cheiro amadeirado, intenso, que parecia grudar na pele.

- Faz muita diferença, Sofia. - sussurrou ele. - Porque às vezes, matar é a única maneira de proteger o que importa. E meu nome é Matteo . Muito prazer em conhecê-la.

Os olhos de Sofia o fitaram, tremendo.

- Lamento não poder dizer o mesmo . E o que importa pra você, Matteo ?

Ele ficou em silêncio por longos segundos.

Depois respondeu, baixo:

- O controle. Sempre o controle.

Morandi desviou o olhar, desconfortável.

Aquela resposta não era a que se esperava de um homem como Matteo. Era pessoal demais.

Perigosa demais.

Matteo virou-se e andou até a janela.

- Você vai ficar sob minha proteção, Sofia.
-Proteção? - ela repetiu, incrédula. - Isso soa como um sequestro.

Ele olhou por cima do ombro.

- Chame como quiser. Mas é isso ou um caixão. Você não tem escolha. Não está entendendo ainda?

O silêncio se espalhou pelo quarto.

Sofia o encarava com raiva, mas também com algo indefinível - uma mistura de fascínio e medo, como quem observa uma fera selvagem de muito perto.

- Eu não confio em você - disse, enfim.

Matteo se aproximou novamente, até que suas vozes se misturaram no ar.

- Não precisa confiar. Só precisa me obedecer.

A tensão entre eles era quase palpável.

Morandi pigarreou, quebrando o silêncio.

- Matteo… precisamos ir. É muito perigoso gastar tempo num lugar desse .

Matteo assentiu e se virou para Sofia.

- Pegue o que precisa. Arrume suas coisas .

Ela hesitou. - E se eu me recusar?

Um leve sorriso curvou os lábios de Matteo.

- Então você será levada a força . Já falei que você não tem escolha .

- Além de me ameaçar de morte , além de acabar com a minha vida , com a minha carreira... você agora quer me sequestrar ?  - Sofia estava furiosa , parece até que tinha perdido um pouco do medo que tinha - SOCORRO !!!!!  CHAMEM A POLÍCIA !!!! ESTOU  SENDO SEQUESTRADA !!!  - gritou com todas as forças! 

Morandi e Matteo se desesperaram . Matteo imediatamente tapou a boca de Sofia com sua mão pesada . Sofia tentou reagir.....mas sem sucesso . Impossível medir forças com Matteo . Um homem com 1.82 m de altura , forte e musculoso. 

- Deixa comigo , Chefe . - Morandi sacou de seu bolso , aquilo que chamava de Plano B. Um líquido que desmaiava qualquer pessoa na hora , e um lencinho . Molhou o lencinho no líquido e apertou o lenço no rosto de Sofia , sufocando-a ... fazendo a dormir na hora... ou desmaiar...

Sofia desmaiou na hora . 

Matteo a carregou no colo . Deitou-a na cama . 

- Rápido , Morandi  . Coloque as coisas dela na mala . Tome cuidado para que não fique nada para trás . 

Vamos passar pela recepção com ela no colo . Vamos dizer que ela passou mal e que vamos levá-la ao hospital . Simples assim . 

- Sim , Chefe . Temos que ser rápidos . O efeito do produto não vai durar muito tempo. 

E foi exatamente assim .  Matteo carregando Sofia no colo , passou super rápido pela recepção em direção ao carro . Morandi pagou a conta  . A atendente curiosa perguntou : 

- O que aconteceu com ela ? 

- Ela passou mal ... vamos levá-la ao Pronto Socorro.

- Meu Deus....  espero que fique tudo bem  . Boa sorte pra vocês  .

- Obrigado .

Morandi saiu as pressas . Entraram no carro .  E foram embora . 

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