Mundo ficciónIniciar sesiónA alguns quilômetros dali, Sofia acordava sobressaltada. O telefone ainda ecoava em sua cabeça, a voz grave repetindo aquela última frase: “Lembra de mim? ”
O sol tímido atravessava as cortinas do pequeno quarto de hotel. A toalha enrolada em seu corpo estava úmida - ela nem lembrava de ter saído do banho. Passou as mãos pelo rosto, tentando se convencer de que ainda estava viva.
Mas algo dentro dela dizia que não por muito tempo.
Pegou o celular na mesa de cabeceira. Sem sinal. Sem mensagens. Nenhum contato salvo.
- Idiota… — sussurrou, com a voz trêmula. - Ainda bem que eu desliguei o telefone na cara daquele bandido... Mas o que eu deveria ter feito era fugir da cidade.
O espelho ao lado refletiu uma mulher esgotada, com os olhos avermelhados e o cabelo desgrenhado.
Aquele homem... Matteo DeLuca.
Enquanto isso , do lado de fora, um carro preto estacionou discretamente na esquina. Morandi saiu do banco do passageiro e entrou no saguão do hotel.
Toc ...toc...toc.... três batidas na porta.
- Serviço de quarto - disse uma voz calma.
Silêncio.
Sofia se aproximou devagar, o coração acelerando.
- Quem está aí? - perguntou, num fio de voz.
A maçaneta girou.
Morandi entrou primeiro - e logo atrás dele, Matteo.
O tempo pareceu parar.
Ele vestia o mesmo terno escuro, mas agora sem o casaco. As mangas da camisa estavam dobradas até os cotovelos, revelando o braço tatuado. O rosto, impecável, trazia aquele mesmo olhar — o tipo de olhar que não precisava levantar a voz para dominar o ambiente.
Sofia recuou até encostar as costas na parede.
Matteo deu um passo à frente.
- Eu não sou sua! - respondeu ela, a voz trêmula. - Eu só estava no lugar errado!
- Isso costuma ser o que todos dizem antes de morrer. - disse ele, frio.
Morandi se posicionou ao lado, vigilante.
Matteo hesitou.
Sofia bufou, a raiva substituindo o medo por um instante.
Matteo cruzou os braços, impassível.
Ela piscou, confusa.
Ele se aproximou mais, e agora ela podia sentir o perfume dele - um cheiro amadeirado, intenso, que parecia grudar na pele.
Os olhos de Sofia o fitaram, tremendo.
Ele ficou em silêncio por longos segundos.
Morandi desviou o olhar, desconfortável.
Matteo virou-se e andou até a janela.
Ele olhou por cima do ombro.
O silêncio se espalhou pelo quarto.
- Eu não confio em você - disse, enfim.
A tensão entre eles era quase palpável.
Matteo assentiu e se virou para Sofia.
Ela hesitou. - E se eu me recusar?
Um leve sorriso curvou os lábios de Matteo.
- Além de me ameaçar de morte , além de acabar com a minha vida , com a minha carreira... você agora quer me sequestrar ? - Sofia estava furiosa , parece até que tinha perdido um pouco do medo que tinha - SOCORRO !!!!! CHAMEM A POLÍCIA !!!! ESTOU SENDO SEQUESTRADA !!! - gritou com todas as forças!
Morandi e Matteo se desesperaram . Matteo imediatamente tapou a boca de Sofia com sua mão pesada . Sofia tentou reagir.....mas sem sucesso . Impossível medir forças com Matteo . Um homem com 1.82 m de altura , forte e musculoso.
- Deixa comigo , Chefe . - Morandi sacou de seu bolso , aquilo que chamava de Plano B. Um líquido que desmaiava qualquer pessoa na hora , e um lencinho . Molhou o lencinho no líquido e apertou o lenço no rosto de Sofia , sufocando-a ... fazendo a dormir na hora... ou desmaiar...
Sofia desmaiou na hora .
Matteo a carregou no colo . Deitou-a na cama .
- Rápido , Morandi . Coloque as coisas dela na mala . Tome cuidado para que não fique nada para trás .
Vamos passar pela recepção com ela no colo . Vamos dizer que ela passou mal e que vamos levá-la ao hospital . Simples assim .
- Sim , Chefe . Temos que ser rápidos . O efeito do produto não vai durar muito tempo.
E foi exatamente assim . Matteo carregando Sofia no colo , passou super rápido pela recepção em direção ao carro . Morandi pagou a conta . A atendente curiosa perguntou :
- O que aconteceu com ela ?
- Ela passou mal ... vamos levá-la ao Pronto Socorro.
- Meu Deus.... espero que fique tudo bem . Boa sorte pra vocês .
- Obrigado .
Morandi saiu as pressas . Entraram no carro . E foram embora .







