Instagram/ autora_nairasousaoficial Em um mundo onde o poder e o controle são as únicas moedas que realmente importam, Alessio Romano construiu seu império com mãos firmes e decisões frias. No entanto, sua vida calculada e repleta de regras é virada de cabeça para baixo quando Bianca Santoro cruza seu caminho, uma jovem rebelde e problemática, marcada por um passado doloroso que ela tenta a todo custo esquecer. Enquanto Alessio luta para manter o controle sobre seus negócios e suas emoções, Bianca desafia tudo o que ele conhece sobre força e fraqueza. — Como eu disse, você não sabe nada sobre mim. Então, me deixe em paz. — Você vai me procurar, e nesse dia vou lembrá-la do que me disse. Vai me implorar de joelhos para eu te ajudar, Bianca.
Leer másBianca Santoro,
A chuva fina caía sobre os telhados enferrujados da cidade. Eu estava encostada na parede de tijolos sujos, respirando devagar. Minhas mãos estavam frias, mas não era só por causa do tempo. Era sempre assim antes de um roubo. A adrenalina corria pelas minhas veias, e meu coração batia forte, quase como se quisesse pular do meu peito. Mas o que eu sentia, mais do que qualquer coisa, era fome. Não de comida, mas de algo maior. Algo que fizesse meu mundo caótico ter sentido por um momento. Olhei para o lado, certificando-me de que ninguém estava me observando. A rua estava vazia, exceto por alguns carros velhos estacionados e uma lixeira que transbordava. A loja de conveniência na esquina estava aberta, como sempre, com o dono, um homem gordo e careca, distraído com um jogo de futebol na pequena TV pendurada atrás do balcão. "Agora ou nunca, Bianca" — sussurrei para mim mesma, enquanto ajeitava a touca sobre o cabelo molhado. Eu precisava daquele dinheiro. Precisava mais do que queria admitir. Era por sobrevivência. Entrei na loja sem fazer barulho, as botas molhadas escorregando levemente no piso de azulejos. O sino acima da porta tilintou, mas o dono mal olhou para mim. A loja cheirava a cigarro barato e salgadinhos velhos. Caminhei direto para a prateleira dos doces, pegando algumas barras de chocolate só para disfarçar. Meu objetivo não era esses trocados. Estava de olho na caixa registradora. Fingi estar interessada em uma revista, folheando as páginas enquanto meu olhar analisava os movimentos do dono e de alguns clientes que entravam para comprar alguma coisa. Ele estava completamente imerso no jogo. A qualquer momento, ele poderia gritar com raiva ou comemorar um gol. Era o momento perfeito. Coloquei a revista de volta no lugar e me aproximei do balcão com as barras de chocolate nas mãos. O dono ainda não tinha me notado direito. Ele estava absorto no jogo, praguejando algumas palavras para a televisão. Quando ele finalmente se virou para mim, coloquei minha melhor cara de garota inocente. — Só isso — murmurei, jogando as barras no balcão. Ele pegou as barras com uma mão e começou a registrar a venda com a outra, sem sequer olhar para mim. Era minha chance. Meu coração batia mais rápido, mas minhas mãos estavam firmes. Com um movimento rápido e preciso, estendi a mão para o lado do balcão, alcançando a gaveta de troco que estava entreaberta. Meus dedos tocaram as cédulas frias e eu as puxei antes que ele percebesse. Quando me virei para sair, o sino da porta tocou de novo. Eu estava quase livre. Quase. — Ei! — gritou o homem atrás de mim. Merda. Corri. Meus pés se moveram antes mesmo que meu cérebro processasse o que estava acontecendo. Eu não olhei para trás. Apenas continuei correndo, ouvindo o som dos passos pesados dele atrás de mim. Não era a primeira vez que eu fazia isso, mas algo estava diferente dessa vez. Talvez fosse o cansaço, ou talvez eu simplesmente estivesse perdendo o toque. As ruas molhadas escorregavam sob meus pés enquanto eu virava a esquina, meu pulmão queimando com o esforço. Virei outra esquina, correndo pelas ruas estreitas, sentindo o vento e a chuva no rosto. Não havia tempo para pensar. Meus pés sabiam o caminho, e eles me guiavam pelas vielas e becos que eu conhecia como a palma da minha mão. Ouvi o grito distante do homem, mas ele estava ficando para trás. Eu o tinha despistado. Parei por um segundo, encostando-me em uma parede de tijolos, respirando fundo. As notas estavam firmes na minha mão, encharcadas, mas ainda serviam. Era o suficiente para pagar a dívida que eu tinha com um cara perigoso. Alguém que não aceitaria um "não" como resposta. Eu havia pegue drogas para vender, e perdi para a polícia, agora tinha que me virar para pagá-los. — O que temos aqui? — A voz veio da escuridão à minha esquerda. Merda de novo. Eu me virei rapidamente, mas já era tarde demais. Dois homens altos e fortes saíram da sombra, bloqueando minha saída. Eles vestiam ternos escuros, mas o que realmente chamou minha atenção foram os olhares frios e calculistas. Esses caras não eram como o dono da loja. Eles jogavam em outra liga. — Não queremos problemas — disse um deles, dando um passo à frente. — Só queremos o que é nosso, princesinha do tráfico. Eu dei um passo para trás, tentando calcular a distância até a próxima esquina, mas sabia que não conseguiria correr. Eles estavam me cercando como predadores cercam uma presa. Engoli em seco, tentando pensar em uma saída, mas minhas opções estavam se esgotando rapidamente. — Então estava roubando? — Não sei do que você está falando — tentei responder, minha voz soando muito mais firme do que eu realmente me sentia. — Eu só estava fazendo umas compras. Um deles olhou para o outro e riu. Um riso seco e sem humor. — Claro. E o dinheiro que você pegou da loja? Isso é só parte das suas "compras"? Droga. Eles tinham visto tudo. — Olha, eu não quero confusão — comecei a dizer, tentando ganhar tempo. — Isso é bom, porque nós também não queremos — ele interrompeu, aproximando-se mais. — Só queremos nosso dinheiro. Ou você paga, ou … Ele deixou a frase no ar, mas o significado era claro. Eu estava cercada. Sem saída. Sem ninguém para me ajudar. Mas, ainda assim, alguma coisa dentro de mim se recusava a desistir. Eu podia ser problemática, podia ser uma ladra, mas não ia deixar esses caras me fazerem de idiota. Não sem lutar. — Vocês querem o dinheiro? — perguntei, levantando o punhado de notas encharcadas. — Então venham pegar. Antes que pudesse pensar no que estava fazendo, joguei as notas para longe e corri. Mais uma vez, meus pés se moveram antes que minha mente pudesse acompanhar. Eu ouvi o som dos dois correndo atrás de mim, mas não me importava. Eu sabia que não podia vencer na força. Mas na velocidade, talvez eu tivesse uma chance.Bianca Santoro, Os últimos anos passaram como um piscar de olhos, mas cada momento foi uma mistura de amor, desafios e aprendizado. Alejandro já tinha três anos e era a energia da casa. Um menino curioso, cheio de vida, que sabia como conquistar todos ao seu redor com um sorriso banguela e um olhar maroto. Ele era a mistura perfeita de mim e de Aléssio, e todos que o conheciam diziam que ele tinha o charme natural do pai. Hoje era um dia especial. Estávamos comemorando não só as conquistas da nossa família, mas também a chegada de um novo capítulo: outro bebê estava a caminho. Eu estava grávida de quatro meses, e a felicidade transbordava em cada canto da nossa casa. A manhã começou com Alejandro correndo pelo corredor, com os passinhos apressados que ecoavam pela mansão. Aléssio e eu já estávamos na sala, tomando café e discutindo alguns planos para os próximos meses. Ele pegou Alejandro no colo, tentando fazer o pequeno se concentrar em um pedaço de pão com geleia, mas nosso filh
Aléssio Romano,O sol já estava alto quando Bianca e eu finalmente decidimos levantar da cama. Era nossa primeira manhã completa em casa com Alejandro, e queríamos fazer tudo do nosso jeito. Lupi, sempre prestativa, já estava circulando pela casa, oferecendo ajuda a cada momento, mas Bianca e eu sabíamos que o banho do pequeno Alejandro seria um momento especial para nós.— Senhor Romano, posso preparar o banho para o bebê? Já deixo tudo pronto enquanto vocês tomam café — disse Lupi, aparecendo na porta do quarto com seu sorriso característico.— Não dessa vez, Lupi — respondi, enquanto vestia uma camiseta. — Bianca e eu queremos fazer isso sozinhos. Precisamos aprender.— Sim, Lupi. Agradeço pela oferta, mas acho que já está na hora de testarmos nossas habilidades de país — acrescentou Bianca, com um sorriso, enquanto ajeitava o cabelo e colocava um roupão.Lupi riu e balançou a cabeça, como se dissesse "boa sorte" sem precisar de palavras. Enquanto ela se afastava, virei-me para B
Bianca Santoro, A madrugada estava silenciosa, com apenas o som leve do vento lá fora. Tudo parecia calmo, mas então ouvi um pequeno resmungo vindo do berço ao lado da cama. Abri os olhos lentamente, piscando contra a luz suave do abajur que eu havia ligado. Meu corpo ainda estava cansado dos últimos dias, mas Alejandro precisava de mim, e eu precisava me levantar.Virei-me para o outro lado da cama, e lá estava Aléssio, deitado de qualquer jeito, completamente apagado. Ele provavelmente tinha adormecido enquanto balançava o berço. Ri baixinho ao vê-lo naquela posição. Ele ainda estava vestido com as roupas do dia e, para minha surpresa, os sapatos ainda estavam nos pés dele.Suspirei, tentando não fazer barulho, e me levantei com cuidado. Antes de ir até Alejandro, decidi cuidar de Aléssio. Ele fazia tanto por mim e pelo bebê que merecia descansar confortavelmente, mesmo que ele fosse teimoso o suficiente para apagar com os sapatos nos pés.Ajoelhei-me ao lado da cama e comecei a ti
Aléssio Romano,Os últimos dias no hospital foram intensos, mas finalmente chegou o momento de voltar para casa. Bianca e Alejandro estavam bem, e agora era hora de começarmos nossa vida juntos como uma família. Enquanto dirigia em direção à mansão, olhava pelo retrovisor para Bianca, que estava no banco de trás, segurando Alejandro nos braços. Ela olhava para ele com uma expressão de puro amor, e meu coração se enchia de felicidade a cada segundo.Estacionei o carro em frente à mansão e rapidamente desci para abrir a porta para Bianca. Ela sorriu, mesmo cansada, e eu segurei a porta enquanto ela saía com cuidado, segurando Alejandro com delicadeza.— Deixa que eu te ajudo — disse, colocando minha mão nas costas dela para apoiá-la.— Estou bem, Aléssio. Só um pouco cansada, mas estamos em casa — respondeu ela, olhando para o pequeno que dormia tranquilamente em seus braços.Subi o olhar para a entrada da mansão e percebi que algo estava diferente. Havia balões presos nos corrimões da
Aléssio Romano,A sala de espera do hospital nunca pareceu tão sufocante. As paredes claras e o silêncio quebrado apenas pelo som distante de passos e máquinas me deixavam ainda mais nervoso. Cada segundo parecia se arrastar enquanto eu esperava notícias de Bianca e Alejandro. Andava de um lado para o outro, incapaz de me sentar, com os punhos cerrados e a respiração pesada.Vito estava sentado em um dos bancos próximos, observando meu estado com a paciência de alguém que sabia que eu precisava daquele momento para lidar com minha ansiedade. Ele segurava um copo de café, mas parecia mais interessado em monitorar meus passos do que em beber o que havia dentro.— Aléssio, você precisa se acalmar — ele disse, finalmente, com a voz firme, mas não dura. — Estou querendo tomar café, mas não consigo com você andando assim. Parei e olhei para ele, tentando controlar minha frustração.— Como, Vito? Como eu vou me acalmar quando Bianca está em trabalho de parto e eu não estou lá com ela? — res
Bianca Santoro, Aléssio livrou meus pés da sandália que eu usava, e beijou meus pés com todo o carinho. — Preciso tomar banho, estou suado e exausto. — disse Aléssio me beijando. — Eu te espero. — eu disse me sentando no sofá, observando ele tirar cada peça de roupa, mostrando seu corpo bem definido. Tentação Quando Aléssio terminou de tomar banho, e já estava vestido apenas em uma cueca box, ele sentou ao meu lado. Alejandro se mexeu de novo. Era como se ele estivesse dando pequenos chutes, testando sua pequena força. Sorri, colocando a mão na barriga para sentir melhor.— Aléssio, coloque sua mão. Ele está se mexendo — falei, animada.— Sério? — Ele colocou a mão sobre minha barriga, procurando onde ele estava mexendo. Peguei a mão dele e a coloquei no lugar certo. Alejandro parecia saber que o pai estava ali, porque deu um chute mais forte.— Caramba, ele está se preparando para virar jogador de futebol? — Aléssio brincou, rindo enquanto mantinha a mão na minha barriga.— Ou
Último capítulo