NARRAÇÃO DE SARA...
Engoli o mal-estar calada, pois a raiva gritava mais alto...
Não era apenas raiva: era o instinto materno pulsando no meu peito. Julie pertence a mim! E quando me deparei com aquele quarto, com aqueles balões... meu sangue ferveu. A raiva cresceu ao saber que aquela mulher queria — e muito — a minha filha.
Eu sei o que passei com Julie; eu, como mãe, sei exatamente o que enfrentei.
Os primeiros dias de vida foram noites sem dormir, até aprender o jeito correto que Julie gostava de adormecer: abraçada ao coelho. Ou quando ela teve a primeira crise de asma na escolinha. Saí de casa correndo, com os sapatos trocados. Mesmo cansada, eu procurava apenas a felicidade dela. Sem contar os dias em que passei no hospital com ela. Uma vez fiquei sozinha durante horas na sala de espera: Julie estava com uma terrível dor de ouvido, minhas costas queimavam, não havia rede de apoio. Ela tinha um ano, eu morria de cólicas, e ainda passei por um constrangimento enorme — minha menst