Anna se contorcia desesperadamente nos braços dos seguranças, sentindo como se seu coração batesse a mil quilômetros por hora e sua visão estivesse nublada pelo pânico.
"Me soltem, seus bastardos miseráveis!" — ele gritou como uma fera enlouquecida.
Mikhail, observando com horror o pequeno corpo de Lucas tremer e seus olhos revirarem, virou a cadeira na direção dos agentes com uma expressão de autoridade que não admitia discussão.
-Parar! —ordenou com firmeza e gelo—. Solte-a agora!
Anna não conseguia pensar em mais nada, mas o instinto de sua mãe e sua formação médica a levaram a agir. Ajoelhou-se ao lado do filho e embora tentasse manter a calma, suas mãos não paravam de tremer.
—Não, por favor! Lucas, respira! Vamos, meu amor, respire! — ele implorou, iniciando a RCP e ignorando tudo ao seu redor.
"Por favor, aquele garoto está agindo", murmurou a noiva de Mikhail, com os olhos ardendo de ciúme.
—Mikhail, você não pode estar falando sério! Ela está aqui para lhe causar problemas. “Tudo isso nada mais é do que um espetáculo mal encenado”, insistiu ela, cega de ciúmes.
—María, pare com isso, cale a boca! exclamou Mikhail. Esta criança precisa de atenção médica imediata. “Chame um médico de emergência agora”, exigiu ele, vendo com horror que o menino não parecia reagir.
Apesar da dificuldade, Mikhail não hesitou nem mais um segundo. Com uma rapidez que não demonstrava desde o acidente, ele empurrou a cadeira na direção do menino.
—Deixe-me ajudar! —disse ele, estendendo as mãos em direção ao pequeno, indicando que deveriam levantá-lo para seu colo.
Mas Anna o empurrou com uma força desesperada, quase sobre-humana.
—Fique longe dele! —gritou ela, dilacerada pelo medo e pela angústia.
Sem perder um segundo, Anna começou a fazer respiração boca a boca no filho, com movimentos precisos e controlados.
Mikhail ficou paralisado, observando Anna trabalhar com habilidade surpreendente.
“Ela tem técnicas que não são apenas as de uma enfermeira comum”, pensou.
— Vamos, meu amor, respire! —Anna murmurou entre respirações, deixando as lágrimas escorrerem.
Mas o corpo de Lucas não respondia o suficiente e ele começou a espumar pela boca.
Mikhail olhou para a porta, sabendo que não havia tempo para esperar pelo médico de emergência.
— Pare ela! —ordenou aos seus agentes, que atacaram Anna, removendo-a à força.
-Não! Solte-me! É meu filho! —Anna gritou, lutando contra os braços que a seguravam.
Mikhail pegou o menino nos braços, sua mente funcionando com a precisão de um relógio suíço enquanto aplicava técnicas avançadas para estabilizá-lo. Embora a situação fosse crítica, sua experiência médica permitiu-lhe manter a calma.
"Vamos, pequenina, espere", ele sussurrou, concentrando-se em cada movimento.
Depois do que pareceu uma eternidade, o menino parou de ter convulsões e sua respiração se estabilizou fracamente. Com um gemido suave, ele abriu os olhos, olhando para Mikhail.
"Pai..." ele murmurou, quase um sussurro.
Mikhail sentiu uma onda de alívio e algo mais profundo, algo que nunca esperava sentir.
Porém, atrás dele, sua noiva observava com os punhos cerrados.
Enquanto Anna, ainda detida pelos agentes, soluçava de alívio e exaustão.
“Insira-o em uma sala VIP”, ordenou Mikhail ao médico de emergência que havia chegado.
O pânico tomou conta de Anna novamente ao ouvir isso. Ela não podia pagar por algo assim; Eu mal podia pagar a cirurgia e ficar em um lugar barato.
—Não, espere, eu... —Anna foi até o médico sem saber como explicar para ele que não tinha condições de pagar uma internação particular.
****
—Como você ousa decidir por mim? —Anna murmurou, andando de um lado para o outro naquele luxuoso quarto privado e verificando constantemente o valor em sua conta bancária como se cada vez que o visse ele aumentasse magicamente.
"Eu sei que você merece o melhor, meu Lucas, mas tenho medo de perder o dinheiro para a operação e não tenho ideia de quanto custará essa recaída", ela murmurou com pesar, olhando para o filho que estava deitado. cama, ligada a vários monitores que estabelecem um ritmo constante e tranquilizador.
*****
Horas depois, exausta, mas decidida a permanecer acordada, Anna decidiu descer ao refeitório para tomar um café.
"Já volto, querido", ele sussurrou, beijando suavemente a testa do filho antes de sair.
Assim que ela saiu, a noiva de Mikhail, que havia pesquisado o número do quarto, chegou com a intenção de confrontá-la.
Com a testa franzida e uma determinação feroz, ele abriu a porta tão abruptamente que o som fez com que a criança que dormia pacificamente abrisse os olhos.
-Mãe? —ele chamou fracamente, procurando por Anna.
A noiva de Mikhail se aproximou, sua expressão era uma máscara de irritação.
“Sua mãe não está aqui, criança”, disse ele friamente, olhando para o menino com desprezo.
-Quem é você?
—Você não se importa com quem eu sou. O que importa é que você e sua mãe devem desaparecer. "Eles não têm lugar aqui", ele retrucou, chegando ainda mais perto, intimidante.
O menino começou a soluçar, assustado e confuso.
—Você é a senhora má.
—Sua mãe disse para você ligar para Mikhail, pai, certo? O que ele prometeu para te fazer mentir, brinquedos, doces? Crianças que mentem são punidas por monstros! “Quando você vir Mikhail, você dirá a ele que sua mãe o obriga a mentir”, ele tentou persuadi-lo, apesar de ver o menino chorando de horror.
Naquele momento, Anna, voltando com seu café, sentiu uma pontada de alarme ao ouvir o tom de voz agressivo vindo do quarto do filho. Ele entrou rapidamente, encontrando a noiva de Mikhail curvada sobre o filho.
—Fique longe dele! —exclamou, deixando o café de lado e correndo em direção à cama.