Caius Varella

Tem coisas que nem o melhor dos contratos assina.

Nem as cláusulas mais detalhadas preveem.

Nem a lógica mais fria explica.

Tipo... ela.

Selene.

Olhei pra ela no banco do carona, enquanto o carro cortava a cidade.

Cabelo preso num coque meio bagunçado, vestido preto simples, e ainda assim... parecia que tinha saído direto de uma pintura cara.

Linda.

Mas não era só isso.

Era... tudo. O jeito que ela cruzava os braços quando pensava. O olhar que te desmonta sem dizer uma palavra. A mania de rodar a ponta da alça da bolsa quando ficava ansiosa — embora ela nunca admitisse que ficava.

— Pra onde a gente está indo? — ela perguntou, olhando pra mim de canto.

— Você vai ver. — sorri, mantendo o mistério.

Ela bufou, cruzando os braços.

— Se