Logo após Beatriz esconder o bilhete no livro e dizer à Linda que aquilo era uma promessa que o céu ainda ia cumprir, Mari seguiu pelos corredores abafados da casa principal.
O cheiro de óleo rançoso e desinfetante barato já não a incomodava — o que doía mesmo era a presença da maldade à solta, mascarada de rotina.
Ela bateu na porta da sala de monitoramento com a bandeja vazia nos braços.
— Senhora... nós estamos precisando de mantimentos. A despensa está quase vazia.
Quitéria nem olhou.
— Nossa... esse povo come demais. Parecem bichos de roça.
Mari manteve o tom calmo, quase neutro.
— Sim, senhora. Mas como eles são... mercadorias, precisam ser bem tratadas, não é? A senhora não vai querer entregar uma mercadoria estragada... extraviada.
A mulher ergueu os olhos do monitor. Franziu o cenho e, por um instante, pareceu refletir.
— É... tem razão. Não posso mandar uma menina fedendo pra cliente de l