Mundo ficciónIniciar sesiónClara Vasconcelos
Os olhares me seguem como lâminas afiadas. Sinto cada um deles cortar a minha pele enquanto atravesso o salão, ou pelo menos tento. O silêncio que se instala é quase mais cruel do que os sussurros que se seguem, porque o som dos sapatos de couro de Lucca contra o mármore parece ditar um julgamento público. Cada passo dele ecoa como sentença, e eu, frágil, sou a acusada.
Tento caminhar sozinha. Uma tentativa tola de provar que ainda tenho algum controle, que a personagem que visto não desmoronou por completo. Mas o corpo me trai. As pernas vacilam, a visão embaça por um instante, e o mundo gira como se estivesse zombando da minha fraqueza.
Não há hesitação. Antes que eu caia diante de todos, sinto o braç







