O motorista abriu a porta traseira do carro preto, que aguardava parado diante da escadaria como um animal pronto para devorar sua presa. Clara respirou fundo antes de dar o primeiro passo. O salto fino ecoou contra o mármore e, por um instante, pareceu mais alto do que deveria. O vestido vermelho colava-se ao seu corpo como uma segunda pele, e a cada movimento a fenda lateral revelava flashes da coxa clara, como se o tecido a traísse de propósito.
Ela hesitou, mas entrou. O interior do carro estava mergulhado em uma penumbra elegante: couro negro, aroma discreto de couro polido misturado ao leve resquício amadeirado do perfume de Lucca. Sentou-se à direita, colando os joelhos e segurando o vestido contra as pernas, como se pudesse esconder a ousadia imposta pela mãe.
Quando a porta se fechou atrás