Clara permanecia encolhida na cama, abraçada ao travesseiro como se fosse sua única tábua de salvação. O tecido já estava úmido de lágrimas e impregnado com o perfume doce que um dia a confortou, mas agora parecia sufocá-la. Não havia tomado café da manhã, nem almoçado. O estômago estava vazio, mas o coração pesava como pedra. A fome não existia, o que havia era o desejo profundo de fugir, de escapar de um pesadelo que não dava trégua, que parecia se repetir em ciclos sufocantes desde as últimas semanas.
Ela tinha assumido o lugar da irmã.
Tinha se colocado diante do altar e casado com o único homem que amou desde sempre.
Mas esse homem não lhe